Quase 3 mil famílias seguem desabrigadas 1 ano após tragédia

Segundo a Defesa Civil, as tempestades deixaram 135 mortos, 2.637 desabrigados e 9.390 desalojados

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Há exatamente um ano, tempestades começaram a atingir o Estado de Santa Catarina. Cidades ficaram debaixo d"água por causa das enchentes e comunidades foram destruídas pelos deslizamentos de morros. Apesar do esforço de voluntários e da Defesa Civil - auxiliada pelo Exército e outros órgãos - para atender os prejudicados, a corporação estima que 2,4 mil famílias continuam desabrigadas e 3,6 mil permanecem desalojadas nos municípios afetados.

Segundo a Defesa Civil, as tempestades deixaram 135 mortos, 2.637 desabrigados e 9.390 desalojados. No total, segundo a corporação, foram 2 milhões de pessoas atingidas pelos problemas causados pela precipitação.

Apenas em Ilhota, cidade mais atingida por deslizamentos, foram pelo menos 47 mortes, segundo dados da Defesa Civil do Estado. A área mais destruída foi no morro do Baú. O Vale do Itajaí também sofreu, principalmente com as inundações. Em Blumenau, onde a média mensal de precipitação para novembro fica entre 110 e 150mm, choveu mais de 600 mm em cinco dias. Em Itajaí, que fica na foz do rio Itajaí-Açu, 80% da cidade ficou inundada.

Contudo, estudos realizados após a tragédia indicam que a ação humana também teve culpa na destruição. Relatório elaborado pelo Centro de Informações de Recursos Ambietais e Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri-Ciram) aponta que 85% das áreas atingidas por deslizamentos no mês de novembro na região do morro do Baú teriam sido desmatadas ou alteradas pelo ser humano. O Complexo do Baú, abrange, além de Ilhota, as cidades de Gaspar e Luís Alves. As duas localidades, de acordo com a Defesa Civil, tiveram pelo menos 21 e 11 mortos, respectivamente.

Os deslizamentos danificaram grande parte das rodovias. Muitos estabelecimentos, que estavam vulneráveis por causa da falta de luz e dos alagamentos, foram saqueados.

Doações chegaram a 4,3 milhões de kg de comida
De acordo com balanço da corporação, para tentar reconstruir as cidades e ajudar os moradores a retomar a rotina, pessoas de todo o País doaram cerca de 4,3 milhões de kg de alimentos e 2,5 milhões de l de água, além de brinquedos, matérias de limpeza e de uso pessoal.

O Fundo Estadual da Defesa Civil recebeu também mais de R$ 36 milhões de doações, sendo R$ 18 milhões destinados à compra de terrenos.

R$ 1,6 bi para reconstrução
Os governos federais e estaduais também enviaram dinheiro para a reconstrução do Estado. A União destinou por medida provisória, convertida em lei, R$ 1,6 bilhão para as vítimas. Deste dinheiro, R$ 360 milhões foram de maneira emergencial. Outros R$ 350 milhões foram empregados apenas na reconstrução do porto de Itajaí.

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