Atualmente os ataques na internet, redes sociais, comandados por haters e stalkers tem crescido assustadoramente com consequências trágicas. Especialistas falam sobre o assunto e detalham os danos psicológicos causados e analisam essas ações juridicamente.
Psicóloga Maria Rafart: "Os adolescentes são especialmente vulneráveis quando se trata de lidar com críticas. A adolescência é um período no qual são imprimidas várias identidades, que acompanharão a pessoa na idade adulta: identidade sexual, ideológica, senso de percepção do próprio corpo, entre outras tantas... Por ter mais consciência da importância do mundo ao redor do que as crianças, os adolescentes tendem a se importar muito mais com a opinião alheia.
E quando as críticas surgem, podem ter efeitos avassaladores. No mundo virtual, tudo fica muito amplificado: tanto os aplausos, na forma de likes, quanto os comentários negativos. Tudo na internet é para sempre, pois, por mais que se apaguem posts, ainda vale a máxima: os prints são eternos.
Juntem-se alguns elementos, então, é uma combinação explosiva : um adolescente deprimido, uma internet que nunca esquece, uma postagem pouco curtida, e muitas críticas em comentários. A explosão e forma de críticas pode resultar em graves danos à autoestima, e num adolescente predisposto a estar deprimido, pode ser fatal.
Negar o acesso a redes sociais a um adolescente é como negar a um peixe que se desloque na água. Mas a vigilância é um ato de amor! O que pode ajudar nesse período de hipersensibilidade a críticas, ainda é a velha fórmula de conversas em família, abertura para mostrar que errou, e muita mediação. A família ainda é o melhor filtro para medir o que acontece dentro e fora de casa."
Dr José Estevam Macedo lima, pres. da comissão de liberdade de expressão da Anacrim-RJ: "As pessoas, ainda, não têm noção do efeito devastador das ofensas que são feitas por meio da internet e o que elas podem causar. O tipo penal do crime de Stalking vem em um momento importante para paralisar esses abusos com requintes de crueldade.
No entanto, para que a paralisação seja efetiva, precisamos que todos sejamos rápidos e eficazes no combate, incluindo desde os advogados da vítima, até as autoridades policiais, membros do Ministério Público e do Judiciário.
O combate tem que envolver o maior número de entidades de classes que defendem não só a liberdade de locomoção, a privacidade, a honra e vida privada das vítimas, mas também o limite da liberdade de expressão instituído no inciso X, do art. 5, da Constituição Federal ."