A proposta de reforma da previdência anunciada pelo Governo Federal pretende economizar até R$ 1,1 trilhão em gastos sociais em até 10 anos. O valor é mais do que o dobro da reforma anterior, apresentada pelo ex-presidente, Michel Temer (MDB), com economia de R$ 500 bilhões.
Diante deste panorama, o Piauí recebe Maria Lucia Fatorelli, coordenadora nacional da auditoria cidadã da dívida pública, principal fator impulsionador da reforma. Ela ministrou palestra no auditório do Instituto Federal do Piauí (Ifpi) do Centro. “Por que entramos nessa recessão brutal que diminuiu nosso PIB? O que provocou a crise no Brasil foi a política monetária suicida do Banco Central. São juros altíssimos sem justificativa técnica, legal ou econômica. O problema está em entregar juros da dívida pública aos bancos”, conta.
Este é apenas um dos mecanismos que fomentam a crise. “Isso quebra as indústrias e empresas. Os empresários deveriam lutar para que o Banco Central acabe com a remuneração de sobra de caixa. É preciso dar condições de investimento e dar emprego para a população”, acrescenta.
Osmar Gomes Jr, professor de economia da UFPI, participou do diálogo com Maria Lúcia. “O debate trata dos sistema da dívida e a reforma da previdência. A Maria Lúcia Fatorelli vai tratar a relação da dívida, que consome grande parte dos recursos públicos, impedindo que o Estado invista em gastos sociais. Além do fato disso impulsionar uma reforma da presidência que prejudica a população”, explica.
A palestra, em formato de debate, apresenta os retrocesso trazidos por uma possível reforma. “Vamos aumentar as transferências de custos sociais para o capital financeiro. As pessoas vão aposentar mais tarde pagando mais. A redução de gastos sociais reduz o acesso à aposentadoria e benefícios assistenciais”, acrescenta o professor.