O Projeto Linhas de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) já atendeu, nos três primeiros meses de implantação, um total de 508 casos e realizou 86 trombólises. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) apresentou o programa, na sexta-feira (3), aos secretários municipais de Saúde e diretores dos hospitais da macrorregião dos Cerrados, que reúne 74 cidades. O evento foi realizado na cidade de Floriano e conduzido por técnicos da Rede de Urgências e Emergências da Sesapi (RUE) e pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).
O coordenador da RUE, Telmo Mesquita, apresentou os números do programa. Na macrorregião dos Cerrados, o atendimento fica a cargo do Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, onde 20 casos de IAM foram conduzidos e 20 atendimentos de AVC efetuados, com a realização de seis trombólises.
Também atendem à população desta região, o Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, na cidade de São Raimundo Nonato, onde em três meses foram feitas nove trombólises e atendidos 21 casos de IAM e 25 de AVC.
O Hospital Regional Manoel de Sousa Santos, em Bom Jesus, é outro na macrorregião a atender casos por meio do projeto. Em três meses, a unidade de saúde atendeu 27 casos de Infarto Agudo do Miocárdio e realizou três trombólises.
“Esse projeto na cidade de Miguel Alves, que fica na região Entre Rios, foi de grande sucesso, e já conseguimos salvar vidas. Queremos que esse atendimento de qualidade seja implantando em outros municípios e precisamos trabalhar com a Sesapi para o serviço avançar ainda mais, e com isso não exista a necessidade de levar pacientes para hospitais fora das nossas cidades”, disse a vice-presidente do Cosems, Leopoldina Cipriano.
Para a superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi, Leila Santos, os trabalhos realizados pelo projeto estão trazendo um ganho imensurável para a saúde dos piauienses. “É um projeto que já demonstra resultados promissores, salvando vidas pelo Piauí. Queremos que todos tenham acesso a esse serviço, e vamos trabalhar em conjunto com os nossos municípios para que todos os piauienses possam ter acesso a esse atendimento revolucionário que vem sendo o diferencial no momento de salvar vidas”, afirmou a gestora.
O coordenador da Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral, Romilton Pacheco, chamou a atenção dos gestores municipais para a importância da aplicação do protocolo que visa à recuperação do paciente com qualidade de vida e autonomia, buscando reduzir ao máximo a incidência de sequelas, e para a utilização do procedimento de trombólise.
“As linhas de cuidado prevêem o tratamento não só preventivo, que é o mais eficaz, mas também o agudo, com medicação e treinamento de pessoal. A trombólise endovenosa é um dos principais tratamentos do Acidente Vascular Cerebral isquêmico agudo. Para que os resultados do tratamento sejam alcançados, é essencial o atendimento imediato das pessoas com sinais e sintomas do AVC isquêmico. Por isso, nosso objetivo é descentralizar e integrar regionalmente o atendimento na atenção especializada da alta de da média complexidade”, explicou o neurocirurgião.
O médico intensivista e cardiologista Nagele Lima, coordenador da Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio, falou sobre a necessidade da parceira entre Estado e os municípios para o fortalecimento do projeto. “Precisamos trabalhar junto aos entes que estão na ponta, para que eles possam oferecer uma estrutura que nos ajude a salvar vidas e reduzir sequelas. E também o trabalho na Rede de Atenção Básica é essencial para que esses pacientes não possam chegar a esse estágio, e a prevenção vem com cuidados básicos com a hipertensão e o diabetes, por exemplo ”, destaca o profissional.
As Linhas de Cuidados do AVC tem como objetivo de reduzir a morbimortalidade por AVC e IAM no estado do Piauí, assegurando o acesso a atenção e ao cuidado assistencial médico, além de garantia de continuidade da atenção integral iniciada no âmbito da atenção primária à saúde até a atenção secundária e terciária na Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), incluindo as ações de reabilitação.
“Entre as estratégias do projeto também estão reuniões com os gestores das demais macrorregiões de saúde do estado, para que os mesmos possam conhecer essa mais nova ação que vem trazendo um avanço para a saúde do Piauí”, lembra Telmo Mesquita.