Com apenas oito anos, a menina Luma Maria desenvolveu, com o apoio dos pais e três professoras, o projeto Balé dos Sonhos, em Teresina. A iniciativa promove aulas de balé para crianças e surgiu a partir do desejo da pequena Luma de ajudar o próximo. Ela iniciou no balé com pouco mais de dois anos de idade.
As aulas iniciaram em maio deste ano e acontecem em uma escola em desuso, na Vila Bagdá. Mas tudo começou no terraço de casa. Sem dúvidas, um projeto inspirador de “criança para criança” que tem como objetivo levar à comunidade o acesso a uma atividade de socialização, de caráter lúdico, que é o balé.
Luma afirma que sempre quis ajudar as pessoas. “Eu queria muito que outras meninas pudessem ter aulas de balé. Inicialmente pensei em dar aula de reforço, mas o balé é mais divertido”, explica a pequena sonhadora.
Ao todo, 22 meninas de diferentes bairros e vilas da zona Sudeste têm um encontro marcado com Luma e as professoras. O aprendizado melhora, inclusive, as notas da escola. “Eu gosto de fazer balé porque aqui a gente dança e brinca com as meninas. Faço desde os três anos”, afirma Pietra Gomes, de 9 anos, que também frequenta as aulas.
Para Mayara Camila, mãe de Luna e coordenadora do projeto, é gratificante realizar o sonho da filha. “Essa escola estava fechada há sete anos, então conseguimos a chave para iniciar o projeto aqui. Estamos legalizando a situação. Tivemos o apoio da comunidade e professoras”, revela.
Balé dos Sonhos dá oportunidade a meninas carentes
Dançando o tema “Um Mundo Ideal”, um clássico dos estúdios Walt Disney através da animação “Aladdin”, o Balé dos Sonhos busca mesmo esse mundo perfeito onde todos têm oportunidades, como diz a letra da música.
O sonho de Luma hoje também é o sonho das professoras que tocam o projeto, com um trabalho 100% voluntário. “Aula de balé é caro, então nem todos têm acesso. Além disso, aumenta o círculo de amizades e elas se divertem. Então são muitos motivos para que isso aqui dê certo. A dança deixa as crianças mais concentradas e melhora o condicionamento físico”, considera Edilene Gomes, coordenadora assistente.
Renata Ramos é uma das bailarinas que são voluntárias no projeto. Ela hoje multiplica sonhos através do projeto de Luma. “Decidi participar como voluntária porque alguém lá atrás, no caso a minha mãe, me incentivou a dançar e hoje incentivo essas meninas. É gratificante”, aponta.
Jaqueline Ravena é outra professora que integra essa corrente do bem. “A dança desenvolve as meninas na área cultural e na escola. A coordenação motora melhora e elas aprendem movimentos cada vez mais complexos”, acrescenta.
E assim é o Balé dos Sonhos, um projeto que começou com a sementinha da bondade infantil e hoje transforma realidades para “gente grande” nenhuma colocar defeito.