O tema violência doméstica está sendo discutido há cerca de quatro meses nas escolas municipais e estaduais de Timon (MA). O público-alvo são os adolescentes na faixa etária de 12 a 15 anos. Esta é uma iniciativa do Projeto Lei Maria da Penha na Escola, conduzido pelo 11º Batalhão da Polícia Militar de Timon, atualmente comandado pelo coronel Ribeiro, e tem como objetivo praticar segurança pública.
"Segurança pública não é praticada somente através de ações ostensivas. Nosso objetivo é levar conhecimento e informações, através de programas. É através desse programa que meninas têm acesso à informação, para que possam discutir e refletir de forma crítica sobre a violência doméstica, a violência de gênero. O projeto surgiu dessa necessidade", disse a bacharel em Direito e soldado do 11º Batalhão de Timon, Ana Paula, durante entrevista à Rádio Jornal Meio Norte.
A policial conta que nesses quatro meses de aplicação do Projeto, ela pôde observar que as adolescentes têm muitos conhecimentos a respeito do assunto e tiveram muitas trocas, desse conhecimento, durante os três encontros dedicados aos grupos. "Eu aprendo com elas mais do que elas aprendem comigo, pelo fato de a violência doméstica ser muito recorrente na vida de todas as pessoas. É uma troca de conhecimento. E quando a adolescente é vítima desse tipo de violência, ela é capaz de se expressar esse conhecimento, relatar e denunciar. Muitas vezes ela, muito frágil, vê a presença da Polícia Militar, em sala de aula, e passa a ter coragem para fazer a denúncia", comenta a policial.
Ana Paula diz que as meninas procuram conversar, também em particular, e perguntam a que órgãos elas podem procurar para pedir ajuda. Elas relatam a violência, e isso já é um retorno importante, na opinião da soldado.
"Os relatos acontecem como sendo de maneira pessoal ou de vizinhos e amigos. Outro objetivo do Projeto é para que essas adolescentes possam ser agentes de transformação social, para que elas possam ajudar e amparar outras mulheres", observa.
Família também participa
A partir dos três encontros, as adolescentes promovem uma oficina sobre o conhecimento adquirido e repassam para outras alunas da escola e para a família, sobretudo as mães. Esse é um momento, diz a soldado Ana Paula, em que as adolescentes podem disseminar o conhecimento, e onde todos aprendem a lidar com esse problema, que é uma realidade social.
A equipe, de acordo com a soldado, é composta por três policiais do Ronda Escolar, mas especificamente, no Projeto Lei Maria da Penha, quem atua diretamente é a soldado, que conversa com as alunas.
Os encontros são realizados através de palestras, vídeos e relatos de outras mulheres a respeito da violência doméstica