A batalha do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) para legalizar o aborto foi parar no jornal inglês The Independent. A publicação ressaltou que o “único deputado declarado gay” tem representado as minorias brasileiras, como gays e negros.
“Jean Wyllys de Matos Santos não pega as batalhas fáceis, nem mesmo as que dão voto”, inicia a reportagem.
Ao The Independent, o deputado disse que o problema do aborto é que ele criminaliza as mulheres. “Se gravidez não é responsabilidade apenas das mulheres, o aborto também não é. Se a lei criminalizasse o homem, ele já teria sido legalizado há muito tempo”, declarou.
Wyllys argumentou que é preciso entender que independentemente da vontade das pessoas ou dogmas da religião, a interrupção da gravidez está sendo praticada. “O projeto visa garantir que o aborto esteja disponível no sistema de saúde para que as mulheres parem com os abortos clandestinos, sozinhos ou em lugares inadequados, onde o risco de vida só aumenta."
Para ele, é mentira que a legalização vai fazer com que o número de abortos aumente. “Ele já é praticado e as mulheres estão morrendo”, justificou.
O jornal ressaltou que o aborto no Brasil só é legal em casos de estupro, risco de vida da mãe ou anencefalia do feto. Informou também que as estimativas apontam milhares de casos clandestinos por ano. A pena para quem comete o crime é de até três anos de prisão.
O projeto de Wyllys determina a interrupção da gravidez até a décima segunda semana pelo SUS e pela rede particular de saúde. Após a este período, o aborto poderá ser feito em casos específicos como violência sexual ou risco à mãe ou ao bebê.