Projeto atende 5 mil crianças e adolescentes em Teresina

A Acefat existe há 12 anos e hoje possui 50 escolinhas e atende cerca de 5 mil crianças e adolescentes carentes em toda capital

Futebol amador | Raisa Morais JMN
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Esporte e educação. Essas são as principais ferramentas utilizadas pela Associação dos Coordenadores das Escolinhas de Futebol Amador de Teresina (Acefat), que atua com a inclusão social de crianças e adolescentes nas periferias da capital piauiense. No total, 50 coordenadores trabalham de forma voluntária para manter o projeto.

Fábio diz que a Associação está presente em todas as zona de Teresina(Foto: Raissa Morais)

O programa socioesportivo apresenta uma proposta baseada no uso do esporte como ferramenta de inclusão e superação de desigualdades. As atividades também potencializam ações de ensino e aprendizagem que complementam as aulas da rede formal de educação. A metodologia alia  as práticas esportivas com os estudos, com o objetivo de formar valores de cidadania na quadra, na escola, na rua e na vida.

Desde 2009, quando foi criada, a organização não governamental sem fins lucrativos já atendeu centenas de meninos espalhados pelas quatro zonas da capital. Com sede em Teresina, a iniciativa atende atualmente cerca de cinco mil crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos.

Coordenadores das escolinhas de futebol amador(Foto: Raissa Morais)

“A associação surgiu da ideia de vários treinadores que viram a necessidade de fortalecer o seu trabalho e formaram a Associação, que hoje tem 12 doze anos, realizamos esse trabalho em todas as zonas de Teresina, hoje somos 50 escolinhas e atendemos cerca de 5 mil crianças em toda capital. O público-alvo são crianças carentes, alunos da periferia, grande parte oriundo da rede pública e nós temos realizado esse trabalho e temos contemplado muitos bons frutos”, destaca Fábio Ribeiro, presidente da entidade.

Transmitindo valores individuais e coletivos

Por conta da pandemia, os campeonatos estão suspensos, mas as aulas estão retomando aos poucos, seguindo os protocolos sanitários. O objetivo das aulas é aprimorar o desenvolvimento integral dos adolescentes, contribuindo para a formação social, transmitindo valores individuais e coletivos.

Associação atende crianças e adolescentes (Foto: Raissa Morais)

O presidente destacou ainda que  a figura do coordenador da escola é muito importante na vida dessas crianças. “Muitas vezes  nós substituímos o papel do pai, porque a grande maioria desses garotos não tem a figura do pai dentro de casa e aqui na escolinha nós conseguimos dar a disciplina que ele precisa. Nós conversamos, damos os exemplos e os conselhos e eles nos ouvem muito mais do que a alguns pais”, pontuou.

Para permanecer na escolinha de futebol, o aluno precisa estar matriculado na escola, e não é cobrado nenhum tipo de mensalidade. “Na grande maioria dos nossos núcleos nós recebemos garotos com diversos problemas, são pessoas que têm síndrome de down, pessoas com déficit de aprendizagem. Inclusive, nós temos muitas pessoas que têm uma história bonita de sair do mundo das drogas, então recebemos todos os públicos, não fazemos nenhuma distinção”, acrescenta Fábio Ribeiro.

Ferramenta de desenvolvimento educacional e pessoal

O futebol por ser um esporte de massa no Brasil, que envolve milhares de torcedores, motiva muitos meninos e meninas a praticarem este esporte. O projeto da Acefat utiliza o futebol como ferramenta para promover a inclusão social e o desenvolvimento educacional e pessoal de crianças e jovens das comunidades. E o que mais chama atenção dos alunos é a possibilidade de se tornarem profissionais dentro das quatro linhas.

(Foto: Raissa Morais)

Muitos são os exemplos de alunos que se destacaram dentro do projeto e seguiram carreira dentro do esporte. “A grande maioria desses jogadores que estão despontando fora passaram pelas nossas escolinhas, um deles foi Jonas, que passou pelo Flamengo, hoje se encontra no Bahia, nós temos mandado muitos garotos para fora, como a base do Flamengo do Rio de Janeiro, também no Fortaleza, então são várias as histórias de sucesso no esporte”, afirma Fábio Ribeiro.

José Sérgio, de 13 anos, teve sua rotina transformada por causa do projeto. Apaixonado pelo futebol, o garoto compartilha do mesmo sonho de todos os seus colegas: se tornar jogador de futebol profissional e sabe que para isso é preciso focar nos estudos e nos treinos. “Já estou na escolinha há três anos e para mim é muito satisfatório, gosto muito de jogar bola e desde o início da pandemia ficou muito mais difícil e poder voltar é muito bom porque meu grande sonho é ser jogador de futebol”, disse.

Participação e incentivo dos pais é fundamental

A jogadora de futebol feminino, Suzana Soares, mora no bairro Porto Alegre, na zona Sul de Teresina e faz questão de acompanhar os treinos do filho Carlos Emanuel, de 17 anos, que é aluno da Escolinha de Futebol e Futsal Villa Real do Grande Porto Alegre e já foi selecionado para integrar o time do time River Atlético Clube.

(Foto: Raissa Morais)

“Como eu também jogo futebol, incentivo bastante e para ele continuar jogando tem que estudar. O futebol tirou ele das ruas, inclusive, por conta da escolinha ele foi convidado para ir jogar no River e está lutando agora por uma vaga na Copa do Brasil. Eu recomendo para as mães que possam colocar seus filhos nessas escolinhas e também acompanhar esse rendimento deles, porque  o esporte em si tira das ruas e incentiva muito, porque o professor cobra o estudo, tem que render na escola, tem que ter notas boas”, destacou.

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