Trecho de laudo do ICCE sobre projétil do corpo da menina Ágatha — Foto: Reprodução
Um laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli indicou que um fragmento de projétil encontrado no corpo da menina Ághata Félix, de 8 anos, é “adequado ao tipo fuzil”. Ágatha foi morta no Complexo do Alemão na última sexta-feira (20), quando voltava para casa com sua mãe em uma Kombi.
O documento diz ainda que bala está amassada e que não há elementos técnicos para "determinar o calibre nominal, número de direcionamento das raias, bem como de microvestígios de valor criminalístico, fato que o torna inviável para o exame microcomparativo".
A polícia militar, normalmente, utiliza dois tipos de calibre de fuzil: 762 ou 556. Por alguma questão técnica, a ranhura (assinatura do tipo de calibre) não está presente no fragmento que foi encontrado no corpo de Ágatha. Por isso, não será possível fazer a comparação com as armas da Polícia Militar periciadas.
Outro laudo, do IML, indica que a menina levou um tiro nas costas, e tem uma perfuração apenas. Ágatha morreu com lacerações no fígado, rim direito e vasos do abdômen.
Perito usa uma cânula para simular de onde veio o tiro que matou a menina Ágatha — Foto: Cristina Boeckel/G1
PMs que atuavam no Complexo do Alemão na noite de sexta-feira (20) afirmaram, em depoimento na Polícia Civil, que dispararam pelo menos duas vezes naquela noite. O objetivo deles, segundo depoimentos, era se defender de tiros disparados por criminosos. O motorista da kombi onde a menina estava afirma que não havia troca de tiros quando ela foi baleada.
Pelo menos 12 PMs foram ouvidos na segunda terça-feira. Integrantes do grupo afirmaram que foram alvejados por um bandido na garupa de uma moto, e que depois do ataque traficantes teriam atirado de diferentes pontos do Alemão em direção a policiais. Ágatha foi baleada no local conhecido como Fazendinha.
Pelo menos sete armas - duas pistolas e cinco fuzis - foram apreendidas e periciadas no Instituto de Criminalística Carlos Éboli.