Criado em 2013, o Programa Mais Médicos busca reduzir desigualdades na distribuição de profissionais de saúde no Brasil. Suas principais frentes são a alocação de médicos em regiões carentes e a criação de faculdades de Medicina no interior. Desde o primeiro edital, o programa implantou 63 cursos privados em 18 estados, incluindo 22 no Nordeste, promovendo impactos na saúde, educação e infraestrutura.
CRIAÇÃO DE FACULDADES DE MEDICINA
Enquanto a alocação de médicos já mostra resultados, a criação de faculdades de Medicina no interior ganha destaque. Formar médicos locais fortalece a rede de saúde, garantindo profissionais que conhecem as necessidades da comunidade e tendem a permanecer na região. Além de ampliar o acesso à saúde, essa iniciativa impulsiona a economia e gera empregos.
Com a criação de novas faculdades de Medicina, cerca de R$ 1,4 bilhão, entre 2017 e 2024, foi destinado para melhorias de infraestrutura de saúde pública, mudando a realidade de muitas localidades onde foram implantadas escolas de medicina. Atualmente, 103 cidades estão com faculdades de medicina, públicas e privadas, autorizadas por meio da iniciativa.
Em janeiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) divulgou a lista das instituições de ensino superior elegíveis para implantar cursos de Medicina em cidades prioritárias pelo Edital Mais Médicos III. O Piauí está entre os estados a serem contemplados com novas vagas oriundas do programa. A expectativa é que até o dia 29 de agosto se tenha o resultado final com a avaliação das propostas das instituições de ensino interessadas.
FORMAÇÃO
Os editais de 2014 e 2018 do Mais Médicos criaram 63 cursos privados, com 5.927 vagas anuais. Até o momento, 1.772 médicos já se formaram, mas, em plena maturação, o programa formará mais de 7 mil médicos por ano no interior. Com a média de médicos por mil habitantes muito menor no interior (1,72) do que nas capitais (6,21), a continuidade do programa é essencial para equilibrar essa distribuição. Atualmente, 75% dos médicos formados no interior permanecem na região, reforçando o impacto positivo da iniciativa na saúde pública.
"A interiorização do ensino médico não é apenas uma resposta à escassez de profissionais, mas uma estratégia eficaz para reter médicos nas regiões onde mais se precisa. Quando um estudante se forma próximo à sua comunidade de origem, há uma chance significativamente maior de que ele permaneça atuando nessa localidade, fortalecendo o sistema de saúde local”, afirma o Dr. Silvio Pessanha Neto, CEO do IDOMED e doutor em Neurologia e Neurociências pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
MAIS MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS
Com o avanço da terceira edição do programa, a expectativa é que mais municípios sejam contemplados, promovendo um impacto positivo ainda mais amplo. Silvio enfatiza que a continuidade do programa é essencial para o fortalecimento do SUS: "ao investir na criação de novas faculdades de Medicina no interior do país, não estamos apenas formando médicos, mas estruturando um novo modelo de assistência, no qual a população dessas regiões passa a ter um atendimento mais qualificado e contínuo."
Outro ponto de aprimoramento assistencial por parte do Mais Médicos é a possibilidade da formação de médicos especialistas, diminuindo a carência desses profissionais em diversas regiões do país a partir da oferta de residências médicas, credenciadas ao MEC, em áreas com alta demanda de atendimento, como Medicina de Família e Comunidade, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Clínica Médica e Cirurgia Geral.