Voltadas para a prevenção ao câncer de mama, duas carretas do Programa Amigos do Peito beneficiaram mais de 200 mulheres com a realização de mamografias na última semana.
Duas carretas irão percorrer o Piauí com oferta de exames de mamografia e ultrassom de mama voltados principalmente para as mulheres entre 50 e 69 anos, e devem atender, aproximadamente, 20 mil mulheres a mais, por ano, em todo o Estado.
Em 2014, o Piauí registrou 152 óbitos por neoplasia maligna e a estimativa é que 520 novos casos sejam registrados nos anos 2014/2015 no Piauí.
A primeira ação do programa encerrou ontem (08), no Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina, após seis dias de atendimentos.
Por dia, as duas carretas têm a capacidade de realizar até 80 procedimentos de mamografia. As carretas são equipadas com dois equipamentos de mamógrafo e um de ultrassom, em cada veículo, que ofertarão os serviços pelo Sistema Único de Saúde(SUS).
Uma das beneficiadas foi a autônoma Maria Araci, de 50 anos, que ficou muito satisfeita com o tratamento recebido e por realizar o exame nos bairros.
“Não é a primeira vez que faço esse exame, mas aqui eu tive um bom atendimento. É muito bom saber que podemos contar com essa oportunidade diferenciada, do exame vindo até aos bairros”, concluiu.
Para o diretor da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde (Duvas), Herlon Guimarães, o resultado da iniciativa foi positivo. “Conseguimos atender as nossas metas e, a partir da próxima semana, avaliaremos o trabalho realizado, desde os exames ofertados às questões mais técnicas do veículo. Só então é que iremos definir o calendário de passagem pelo interior do Estado”, disse.
A mulher atendida pelo Programa e que apresentar imagens sugestivas de câncer de mama, após a realização da mamografia, será encaminhada para serviço previamente pactuado, para realização de exames diagnósticos, como consulta com especialista, biópsia e anatomopatológico.
Idade é fator de risco para câncer de mama
O câncer de mama é o primeiro em mortalidade no Brasil e o segundo em incidência, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terá um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.
Além de o risco de câncer aumentar com a idade, outros fatores podem influenciar na probabilidade de desenvolver a doença, como antecedentes pessoais, histórico familiar, tabagismo, sedentarismo e obesidade.
“Os principais cânceres ginecológicos que atingem as mulheres após a menopausa são o câncer de mama e de ovário. É importante lembrar que o câncer do corpo uterino ocorre com maior frequência durante a perimenopausa”, destaca a ginecologista e mastologista Milca Cezar Chade.
A especialista explica que a menopausa não causa esses tumores e sim o tempo de vida e exposição aos fatores. No entanto, Milca ressalta que “a utilização de estrogênio e progesterona na menopausa pode aumentar o risco de câncer de mama e o uso de estrogênio isolado, o câncer de endométrio”, e completa:
“Existem alternativas medicamentosas para as pacientes que vivem essa fase e têm contraindicação ao uso de reposição hormonal”.
Apesar das frequentes ações e campanhas de conscientização, a incidência do câncer de mama ainda é muito alta. O diagnóstico precoce é fundamental. Sabe-se que 95% dos casos que são detectados logo no início têm possibilidade de cura.
Todas as mulheres, independente da idade, devem fazer consultas ginecológicas e exames regularmente, realizar o autoexame e após os 40 anos a mamografia tem que ser feita anualmente.