No Ceará, cinco alunos e quatro professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) foram intimados pela Polícia Federal para justificar supostos atos “antifascistas” no ano de 2018 no ambiente universitário. A ação apura “organização de polícia ideológica” e “perseguição" a grupos cristãos.
Os acusados devem comparecer à sede da Polícia Federal nos dias 14 e 17 de junho. O caso ganhou repercussão nas redes sociais. A Uece se pronunciou e confirmou ter conhecimento da ação.
"O Ministério Público Federal já afirmou não existir viabilidade na acusação. No entanto, o inquérito ainda não foi arquivado. Nesse contexto, a Uece manifesta incondicional apoio institucional aos professores e aos estudantes que estão sendo alvo dessa intimação que fere a liberdade de expressão e de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber", diz a nota divulgada pela Universidade.
Ainda em nota, a UECE reiterou que os professores intimados não perseguiram alunos por terem posicionamentos divergentes, "pois é exatamente em virtude dessas diferenças e do livre debate de ideias que a ciência se constrói".
DEFESA
De acordo com a defesa dos intimados, a acusação partiu de ex-alunos da universidade que alegaram a existência de uma organização “Antifa” que atuava fazendo patrulha ideológica que perseguia os simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro ( sem partido)
É absurdo que tenham que prestar esclarecimentos nas dependências da Polícia Federal sobre aulas públicas e palestras sobre antifascismo e democracia. O silêncio e a conivência com esse ataque serão cúmplices da destruição completa dos espaços de pluralidade essenciais às atividades de ensino, pesquisa e extensão em particular e à convivência plural na vida social, em geral", disse um representante dos professores intimados.