A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da prisão do empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS. Ele foi preso no mês passado por ter supostamente praticadoo crime de “insider trading” ao utilizar informações privilegiadas sobre a delação premiada de empresários do grupo para operar no mercado financeiro.
Dodge afirma que empresário usou a delação para ter “lucro fácil”. A manifestação é sobre um pedido de liberdade feito pela defesa de Wesley ao STF.
“Ao invés de representar espaço de conscientização e arrependimento a respeito dos crimes já praticados, o acordo de colaboração representou, aos olhos do reclamante, oportunidade de lucro fácil, mediante o cometimento de novos crimes”, afirma Dodge em trecho do documento, protocolado nessa sexta-feira no STF.
Ela afirma que a atitude do empresário foi de “deslealdade” com o Ministério Público Federal e que o acordo de delação premiada não abrange crimes praticados que não foram confessados pelos delatores ou realizados por eles após a celebração do acordo.