A primeira residência totalmente ecológica de Teresina já está em fase final de construção e será entregue para moradia em até duas semanas. A casa ecológica ou artesã é localizada no residencial Júlio Soares, na zona Sul de Teresina, e corresponde a um protótipo de moradia totalmente sustentável, de baixo custo financeiro e com adaptações correspondentes ao clima local.
A obra teve início em Setembro deste ano e o projeto é financiado pela Prefeitura de Teresina, além de ser um local de oficinas sobre a bioconstrução, da qual participaram estudantes e jovens profissionais, que também cederam a força de trabalho para erguer a construção.
O projeto está sendo executado a custo médio de R$ 9 mil e conta com regime de mutirão e voluntariado. De acordo com o secretário executivo de Meio Ambiente de Teresina, Dionísio Carvalho, o projeto é pioneiro e possui perspectiva de expansão.
?Entre os participantes, 120 pessoas receberam certificado. Visamos com esse projeto levar conhecimento e proporcionar moradia termicamente melhor e ecologicamente correta?, afirmou o secretário.
A casa é feita com reaproveitamento de material de construção, utilizando apenas seis sacos de cimento e a sua estrutura é sustentada pelo super adobe, composto por sacos cheios com massará, um tipo de barro resistente e facilmente encontrado na região Norte do estado.
O reboco da parede é uma mistura de cinzas e massará. Já o telhado será pintado com tinta branca que reflete de volta os raios solares e todo o material empregado impede que a casa absorva o calor no decorrer do dia.
A obra inovadora também possui um sistema próprio de esgotamento, que direciona os dejetos para uma fossa raiz que será útil no adubamento de jardins filtrantes.
Primeiro morador sempre apostou no projeto
O projeto foi possível a partir da proposta do artista plástico, Alvaro Carneiro, que levará a família para morar na residência ecológica. O artista que já tinha o terreno no local, apresentou o projeto para a Semam e obteve apoio de Dionísio Carvalho, que enxergou muitas possibilidades para projetos futuros neste sentido.
"O projeto surgiu de um interesse que eu já depositava em projetos ecológicos e depois de muita pesquisa, apresentei a ideia e tive o meu perfil aprovado pela Prefeitura que acreditou no potencial da obra".
Um dos parceiros e voluntários do projeto é o alemão Maik Hetzer, colaborador da obra e interessado por projetos sustentáveis. "Já acompanho projetos de bioconstrução desde a Alemanha e a obra em si é interessante, por reunir técnicas que possuem um custo/benefício muito vantajoso e maior que qualquer outro tipo de residência, além de ser muito mais agradável.
O mais incrível é utilizar os materiais encontrados apenas na própria região de Teresina".