O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) renunciou nesta terça-feira para não ser o responsável por conceder os registros provisórios a profissionais formados no exterior. Alexandre Gustavo Bley escolheu se basear em Martin Luther King para criticar o programa Mais Médicos. Ele cita o líder do movimento dos direitos civis na epígrafe da carta em que anuncia sua decisão de sair do órgão.
O documento foi apresentado em uma reunião na noite de segunda-feira e foi protocolado no dia seguinte. Nesta terça-feira, os oito primeiros registros começaram a ser concedidos pelo órgão. Segundo o CRM-PR, até a próxima semana, um total de 20 registros provisórios devem ser expedidos para os médicos, que trabalhão em 12 cidades diferentes.
Bley, que se negou a dar entrevistas, usa o trecho atribuído a Luther King para reafirmar sua posição. ?E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta?. Ele argumenta que foi criado um ?arcabouço legal? para o funcionamento do programa, e que, neste caso, ?a lei se dissocia da ética?.
?Confesso que prefiro a vergonha da renúncia a ter que conviver com a vergonha de ter traído a minha consciência, pois quando um indivíduo abre mão de suas convicções, perde sua identidade e o significado de sua existência?, explica.
Em seu lugar, entra Maurício Marcondes Ribas. Segundo o CRM-PR, o novo presidente informou que há inconsistências nos dossiês enviados pelo Ministério da Saúde. Ele disse também que assume a responsabilidade pela legitimidade da documentação.