O Ministério Público Federal denunciou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, Juliano Costa Couto, pela participação em esquema de corrupção para o vazamento de informações do MP em benefício do grupo J&F. Ele foi acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Em defesa, Juliano Costa Couto disse que nunca foi contratado para atuar em nenhuma operação ou interesse do grupo J&F e que não cometeu nenhuma ilegalidade. O advogado dele, Willer Tomaz, afirmou que vai provar o "equívoco e a parcialidade" do Ministério Público e disse confiar na Justiça.
Outros alvos
Também foram denunciados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações e violação de sigilo funcional os executivos da J&F Joesley Batista e Francisco de Assis, o publicitário André Gustavo Vieira, o procurador Ângelo Goular Vilella e o advogado Willer Tomaz.
O documento foi apresentado no fim de abril ao Tribunal Regional Federal da 1ª região, com sede em Brasília, e a relatora é a desembargadora Mônica Sifuentes, que deverá submeter a acusação à Corte Especial do tribunal.
Segundo a denúncia, o valor pago pela J&F a título de propina foi de R$ 3,7 milhões, por meio de contrato fictício de advocacia, para que o procurador passasse informações da operação Greenfield, que investigou fraudes em fundos de pensão. Segundo o MP, o presidente da OAB-DF teria ficado com um terço desse valor para ajudar a corromper o procurador.
O que dizem as defesas?
A defesa de Joesley Batista disse que enquanto o STF não se manifestar sobre a rescisão do acordo de colaboração dele com a Procuradoria-Geral da República, a denúncia não pode ser recebida. “Usar um fato denunciado pelo colaborador contra o próprio colaborador é um grave desrespeito à lei e as cláusulas do acordo de colaboração.”