O presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro, uma das 71 vítimas do acidente com o avião do time, foi enterrado na manhã deste domingo (04), em Chapecó. O enterro foi marcado novamente por muita emoção. Quando o cortejo chegou, uma torcida começou a tocar música com instrumentos: uma música de estádio e outra feita especialmente para o presidente. "Sandro, Sandro Pallaoro, para sempre iremos te lembrar", cantaram em homenagem.
"A gente tentou buscar uma forma de homenagem. A música representa o que sente, o quanto ele é especial", disse Marcelo Weber, um dos torcedores da Chapecoense presente no enterro.
Pallaoro é um das 16 vítimas da tragédia que será enterrada na cidade catarinense. Depois do velório coletivo na Arena Condá, corpos das vítimas deixaram a cidade e foram encaminhados para outros municípios brasileiros.
Velório de Caio Júnior tem homenagem de torcidas e presença de ex-jogadores
O domingo (04) é marcado pelos velórios e últimas homenagens aos mortos no acidente no avião da Chapecoense, que caiu na última terça (29), em Medellín. O técnico Caio Júnior será velado em Curitiba (PR) em uma missa de corpo presente. Antes mesmo de a missa começar, torcedores fazem as últimas homenagens ao treinador com cantos e sinalizadores em frente à Igreja dos Passarinhos, na capital paranaense.
Logo na chegada do corpo, torcedores do Paraná Clube, time em que foi campeão paranaense em 1997 como jogador e levou à Copa Libertadores em 2006 como técnico, recepcionaram o comboio que trazia o corpo com muita fumaça. Eles ainda cantaram o hino do time paranaense, além de exaltarem o comandante e a equipe catarinense. Todos os torcedores gritam "Vamos, Vamos, Chape" em frente à Igreja.
A missa também contou com a presença de amigos de Caio Júnior do mundo do futebol. O técnico campeão brasileiro pelo Palmeiras, Cuca, o treinador Ricardinho, que atuou com Caio Jr. pelo Paraná no final dos anos 90, o comandante do Atlético-PR, Paulo Autuori, o goleiro Marcos, do Paraná, ex-dirigentes paranistas (Ocimar Bolicenho, Durval Lara Ribeiro, José Carlos Miranda e Rafael Zucon), ex-jogadores (Alex, Oséas, Edinho Baiano, Tcheco, Rodrigo Batatinha) e o atacante do Corinthians, Jô.
"Construímos amizade. Na verdade amizade não constrói, são afinidades que se cultivam. Cultivamos desde 97, quando ele estava parando de jogar e eu iniciando. Eu tive o prazer de jogar com ele e me tornar amigo. Infelizmente a gente perde um bom amigo. Guardo as melhores lembranças possíveis. Acho que ele vivia o melhor momento como técnico. Estava muito feliz e à vontade. Ele se sentia bem e falava disso. Infelizmente ele não pode concretizar a felicidade com a conquista do título. Teve essa tragédia e ficamos muito tristes", disse Ricardinho em entrevista ao canal Fox Sports.
Sérgio Prestes, que foi auxiliar de Caio Júnior, também se mostrou muito emocionado. "A ficha ainda não caiu. Parece um filme. Passa a dor e ficam as boas lembranças que o Caio deixou. O caio era um amigo muito sincero e solidário", comentou.
O ex-atleta Mineiro, que não chegou a trabalhar com Caio Júnior, mas fez questão de comparecer. "Tenho amigos em Curitiba, e por estar na cidade, o mínimo que eu poderia fazer era vir aqui dar o meu apoio. Mais do que palavras, temos que expressar com atitudes. O pessoal da bola está sensibilizado e espero que seja um pontapé inicial para mudanças (no futebol brasileiro). Já vimos algumas coisas em um primeiro momento e esperamos que outras mudanças possam ocorrer", disse o ex-volante.
A missa, por mais que tivesse alguns torcedores de Atlético-PR e Coritiba, foi tomada por paranistas, que relembravam os bons momentos do clube em vários cantos. Camisas, bandeiras e faixas eram vistas por todos os lados dentro e fora da igreja. Além de coroas de diversos segmentos da torcida, uma placa em agradecimento ao ex-treinador foi entregue à família na cerimônia particular, na Funerária e Crematório Vaticano.