O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro — realizada uma hora mais cedo do que o habitual na quinta-feira (11) — que o banco vai financiar a instalação de placas solares em residências. Segundo ele, 1,5 milhão de famílias poderão ser beneficiadas. O empréstimo terá seis meses de carência e, ainda de acordo com Pedro Guimarães, a instalação das placas promoverá uma economia de 95%. As informações são do portal R7.
"A Caixa está anunciando o financiamento de placas solares. Nós temos, presidente, 6 milhões de famílias que têm casas e apartamentos e 1,5 milhão de famílias podem ter esse financiamento das placas solares. Teremos seis meses de carência, cinco anos para pagar. Isso é uma revolução," afirmou Pedro Guimarães.
Energia e inflação
De acordo com dados divulgados na quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação saltou 1,25% em outubro, o maior avanço para o mês desde 2002. E as contas de luz (+1,16%), junto com a alta dos combustíveis (+3,1%) representaram os maiores impactos individuais do índice.
A alta da energia elétrica ocorre em meio à manutenção da bandeira tarifária de escassez hídrica, que tem um custo adicional de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 quilowatts consumidos, o mais alto entre todas as bandeiras.
Aumento na conta de luz
A Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), formada pelo governo Bolsonaro para enfrentar a crise hídrica, anunciou em agosto que determinou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a implementação da bandeira "escassez hídrica", que trouxe um aumento de 6,78% na tarifa média de energia elétrica. A taxa aumentou em quase 50% a bandeira vermelha (a mais cara) e passou a valer para todos os consumidores desde 1º de setembro até abril do ano que vem.
O governo justificou o aumento pelo alto custo de geração de energia por usinas termelétricas, que substituem as hidrelétricas durante os momentos de seca. Na época, o Ministério das Minas e Energia alegou "que a arrecadação realizada via bandeiras tarifárias, no patamar vermelho 2, era insuficiente para fazer frente aos custos reais observados e previstos, considerando a garantia do suprimento eletroenergético."
A conta de luz teve seu primeiro aumento em junho, pouco depois de o governo anunciar que o país passaria em 2021 pela maior crise hídrica em 91 anos. O Ministério de Minas e Energia ainda anunciou outros reajustes dentro da bandeira vermelha nos meses seguintes, até estabelecer a nova bandeira.