Prêmio Piauí Inclusão Social 2013: Moradia e Cidadania dá suporte à comunidades

A Ong Moradia e Cidadania existe em todo o país. Uma iniciativa dos funcionários da Caixa Econômica Federal, a Ong atua em diversas áreas

Projeto Gaivotas, que, em parceria com a Ong Moradia e Cidadania, promove melhoria na qualidade de vida da comunidade | Kelson Fontinele
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A ONG Moradia e Cidadania é uma iniciativa que o pessoal da Caixa Econômica Federal criou para ajudar entidades e comunidades, apoiando em primeiro lugar a educação, geração de emprego e renda, além do auxílio na construção de obras que beneficiem a entidade assistida. Com atuação nacional, o seu surgimento se deu no ano de 2000 inspirado no movimento social criado e coordenado pelo sociólogo Betinho no combate à fome e à miséria. A ONG já está presente em todos os estados brasileiros e no Piauí conta com a coordenação do engenheiro Jamilton Pacheco, à frente do Moradia e Cidadania piauiense desde 2009.

?Pela seriedade do nosso trabalho temos 50 empresas vinculadas e sete que sempre nos apoiam pra ajudar a ONG. E a nossa missão é principalmente atuar no apoio à educação infantil, dando oportunidade para gerar trabalho e auxílio à situação de de miséria?, disse o coordenador estadual.

Atualmente o Moradia e Cidadania possui um comitê formado por 12 voluntários entre funcionários da Caixa, ativos e aposentados, que se dedicam às suas ações sociais em quase todos os momentos fora da jornada de trabalho. Os recursos para a execução dos projetos apoiados pela ONG vem das mensalidades pagas pelos 443 sócios no Piauí e empresas parceiras que confiam no trabalho prestado.

Com esta estrutura e empenho, são muitos os projetos auxiliados e acompanhados pela ONG. No momento 24 instituições que atuam em bairros e localidades da zona rural, recebem ajuda financeira e acesso a novos parceiros valiosos. A organização já auxiliou 40 instituições.?Para melhorar a atuação estamos agora fechando parceria com o Sinduscon ( Sindicato das Industrias de Construção Civil do Piauí) com o intuito de viabilizar mais patrocínios para as obras em comunidades apoiadas pela ONG?, explica Pacheco.

O perfil de quem está à frente do trabalho

O gosto pelo trabalho social do engenheiro Jamilton Lopes Pacheco, 34 anos, teve início ainda na adolescência, quando ele e colegas encabeçaram o primeiro projeto para ajudar uma comunidade durante o curso de edificações no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia, o que trouxe combustível para muitos outros trabalhos. Mas é desde pequeno que ele recebe referências sobre o trabalho voltado para a caridade, tendo como principal exemplo, a mãe.

?O trabalho social voluntário é uma dádiva divina que recebemos e temos a missão de colocar em prática apenas o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo. O pré-requisito fundamental do voluntário é doar um pouco do seu tempo para atuar em prol de levar uma mensagem positiva para pessoas que muitas vezes já perderam a esperança de uma vida melhor.

Certamente o caminho mais correto e justo é disponibilizar as crianças e jovens o acesso à educação e no caso dos adultos a oportunidade de aprender uma atividade de trabalho de geração de renda que possa trazer melhoria na sua qualidade de vida e dos demais familiares?.

Entre os principais trabalhos realizados pela Ong estão o apoio ao Lar de Maria com a realização de eventos, Caminhada da Fraternidade, Balé Santa Bárbara, Abrigo de Idosos Casa São José, Cooperativa de Catadores Recicláveis, além da parceria com o Rotary Clube Rio Poty e a Associação dos Policiais Militares do Piauí.

A associação Gaivotas que Voam Longe, atuante na comunidade Cacimba Velha, zona rural de Teresina é uma das entidades que também recebem o apoio direto da Moradia e Cidadania e que é um exemplo de protagonismo social.

Gaivotas que voam longe

Associação de moradores localizada na Cacimba Velha, lado leste de

Teresina, foi um ideal concretizado pela dona de casa Luciene Priscila dos Santos em 2007, que não ficou parada e foi atrás de melhorias

para a sua comunidade.

Entre as principais atividades estão as oficinas de dança, teatro, música, artesanato, além da preocupação com a educação de crianças e adolescentes.

Mesmo antes de registrada oficialmente, a associação iniciou suas ações com a formação de uma creche que chegou a atender 82 crianças, até a época de ser municipalizada. Depois disso, os projetos e os beneficiados só aumentaram, são 460 pessoas assistidas diretamente pelas ?Gaivotas?.

A aproximação da associação com a entidade da Caixa surgiu oficialmente no início de 2013, mas antes disso a Moradia e Cidadania

já estava presente nas ações das ?Gaivotas que Voam Longe?, ajudando em eventos comemorativos e a doação de brinquedos. A parceria entre as duas organizações se dá com o pagamento de bolsa auxílio para professoras do acompanhamento escolar e a construção da primeira sede da entidade que começa a ganhar forma e abrigar as primeiras reuniões em local próprio.

?A ideia de oferecer um reforço às crianças veio para suprir um pouco da carência educacional, já que boa parte dos pais que vivem aqui ainda não é alfabetizada e não tem como ajudar os filhos nos estudos?, disse Luciene.

Agora as principais preocupações da comunidade da Cacimba Velha são

promover a educação de crianças e jovens através de acompanhamento escolar e facilitar o acesso dos adolescentes ao Projovem.

Cerca de 35 jovens participam das ações e perseguem um bom caminho para o futuro profissional. Depois dessa atitude,restou apenas um passo para começar a investir em educação, geração de renda e trabalho.

Atualmente, 200 mulheres envolvidas com a associação têm acesso a cursos profissionalizantes como decoração com balões e em breve , o curso de bombons de chocolate.

Aprender a decorar com balões deu a Antônia Lima,28 anos, uma nova possibilidade de ganhar dinheiro. Após concluir o curso e com ajuda de uma amiga, ela faz trabalhos para eventos infantis, aniversários de 15 anos e até casamentos de onde tiram a renda familiar,complementada com a consultoria de cosméticos.

Mais apoio aos jovens

Foi também através do Gaivotas que a comunidade começou a ser melhor assistida. A assistente social e gerente do CRAS Leste 3 (Centro de Referência de Assistência Social), Welid Nascimento, elogia o trabalho do ?Gaivotas que Voam Longe?. ?É um grupo bastante organizado, articulado e que atua de forma protagonista para mudar a

realidade local?.

A assistente social afirma que a atuação da associação facilitou o acesso a muitos benefícios sociais e apoio de entidades, principalmente que olhem para os jovens. ?Quando chegamos à comunidade, vimos a necessidade de programas que acolhessem o jovens, que estavam descobertos por ações preventivas. Nós trouxemos o Projovem à região e a partir deste mês iremos fazer uma programação em parceria com a

Fazenda da Paz para abordar a questão das drogas?, disse Welid Nascimento.

?O trabalho da Moradia e Cidadania é dar suporte a projetos e ações que já existem e funcionam e foi isso que encontramos aqui na Cacimba Velha, além de pessoas extremamente responsáveis e que movimentam a comunidade. Precisamos disso para estabelecer umarelação de confiança?, finaliza Jamilton Pacheco, coordenador estadual da ONG

Moradia e Cidadania.

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