O prejuízo com o incêndio que atingiu a casa noturna Cabaret na noite de sábado, em Porto Alegre (RS), ainda está sendo contabilizado, mas a estimativa é que ultrapasse R$ 500 mil. "Isso é o mínimo. Se levarmos em conta a marca que está há quase 21 anos no mercado, o prejuízo é muito maior", disse Jeremy Crawshaw Heinzelmann, um dos sócios da boate.
Desde a manhã deste domingo, especialistas do Instituto Geral de Perícia (IGP) do Estado fazem análises e exames no local de incêndio, na área central da capital. O fogo teve início por volta das 20h30 e foi controlado às 22h30.
Como a boate estava praticamente vazia, segundo os bombeiros, não houve vítimas. Um militar passou mal após inalar a fumaça e um bombeiro teve queimaduras leves. De acordo com informações preliminares, os prédios e as casas ao redor da boate não foram atingidos.
A área foi isolada para a ação dos peritos. A Polícia Civil deve abrir inquérito para investigar as causas do incêndio.
O incêndio na boate ocorreu três meses e meio depois da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, ocorrida em 27 de janeiro. O incêndio na Kiss matou 241 pessoas e deixou centenas de feridos.
Após o incêndio em Santa Maria, autoridades de várias cidades aumentaram o rigor na vistoria a boates. Durante a onda de fiscalizações, a casa noturna Cabaret foi interditada. Na ocasião, os bombeiros encontraram fiação elétrica exposta; o local passou por reformas e reabriu 20 dias depois. O capitão do Corpo de Bombeiros Fabrício Jung Zaniratti confirmou que o Cabaret, boate tradicional na noite porto-alegrense, possui alvará para funcionar normalmente. A casa, que funciona desde 1992, quando abriu como Cabaret Voltaire, receberia uma festa na noite de sábado.
Fiscalização
Até 27 de fevereiro, um mês depois da tragédia em Santa Maria, pelo menos 250 estabelecimentos comerciais haviam sido interditados em 14 capitais do País. A reação depois do incidente que traumatizou o Brasil levou governos e bombeiros a reforçar a fiscalização, especialmente de casas noturnas. O levantamento do Terra apontou que a falta de saídas de emergência, sinalização irregular e extintores de incêndio fora do prazo de validade estavam entre as principais falhas apontadas.