Prejuízo com chuva chega a R$ 1 bilhão no Nordeste

A chuva que atinge o Nordeste já causa prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão

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A chuva que atinge o Nordeste já causa prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo balanço baseado em informações parciais repassadas pelos Estados e apresentado nesta sexta-feira pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. A região tem 207 cidades em situação de emergência devido às enchentes, que já causaram ao menos 42 mortes.

O ministro disse que vai apresentar os números ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e adiantou que o governo deverá propor uma nova medida provisória para destinar mais recursos para os municípios nordestinos atingidos. Geddel, porém, não falou em valores.

"É impossível dizer qual o montante se eu não tenho esse levantamento completo por parte dos Estados e municípios atingidos e por uma razão óbvia: eles não tem como fazer esse levantamento em função das águas. Precisamos aguardar que se baixem as águas para que se possa fazer o diagnóstico dos custos", afirmou.

Durante o encontro com governadores do Nordeste, Geddel foi questionado sobre a demora na liberação de recursos emergenciais para atender populações atingidas por chuvas ou secas extremas. No Rio Grande do Norte, por exemplo, a governadora Wilma de Faria (PSB) afirmou que o Estado só recebeu na semana passada o repasse autorizado para socorrer municípios atingidos por enchentes ainda em 2008.

"Posso afirmar que desta vez o repasse será mais rápido", disse Geddel. O ministro afirmou que o governo reduziu a exigência de documentos para acesso aos recursos e está articulando medidas com órgãos de controle para acelerar a liberação do dinheiro nesses casos.

Por enquanto, segundo o ministro, o ministério atua na região com "ajuda humanitária" aos municípios atingidos, com distribuição de alimentos, colchões, medicamentos, lonas e cobertores.

Vítimas

O número de pessoas afetadas pela chuva chega a 800 mil no Norte, Nordeste e no Estado de Santa Catarina, segundo balanço divulgado ontem pela Sedec (Secretaria Nacional de Defesa Civil), do Ministério da Integração Nacional.

Desde março, quando as chuvas começaram a atingir as regiões, ao menos 42 pessoas morreram em consequência das enchentes no país: 12 no Ceará, nove no Maranhão, sete na Bahia, quatro em Alagoas, oito no Amazonas, uma em Santa Catarina e uma no Pará.

Estragos

O Ceará continua sendo o Estado com mais cidades com decretos aprovados, com 69, seguida pelo Maranhão (67), Piauí (35), Rio Grande do Norte (15), Paraíba (12), Bahia (6), Alagoas (3).

Na Paraíba, outros dez municípios estão sendo vistoriados e podem decretar emergência nos próximos dias, informou a Defesa Civil. Ontem, a Sedec contabilizava 19 cidades em emergência.

Na Bahia, as cidades de Guaratinga, Candeias e Casa Nova, também estão com o decreto em andamento.

O último balanço feito pelo Estado do Ceará também registrava 183.379 pessoas afetadas pelas chuvas. Destes, 26.410 estão desabrigados --tiveram de deixar suas casas e dependem de abrigos públicos-- e 16.311 desalojados, ou seja, estão hospedados com amigos ou familiares.

Já no Maranhão, a Defesa Civil estima que 167.883 pessoas tenham sido prejudicadas pelas chuvas dos últimos dias, entre eles estão 33.034 pessoas desalojadas e outras 24.934 desabrigadas.

Norte

Na região Norte, os Estados do Amazonas e do Pará também sofrem com as chuvas que já levaram 38 cidades amazonenses a decretarem emergência, assim como 32 municípios do Pará. De acordo a Defesa Civil dos Estados, oito mortes também já foram registradas no Amazonas e uma no Pará.

Além disso, o Amazonas contabiliza 265.958 pessoas afetadas, destas, 44.609 estão desalojadas e 9.629 desabrigadas. Já no Estado do Pará são 28 municípios atingidos com 25.985 pessoas afetadas direta ou indiretamente pela chuva.

Sul

No Sul do país, apesar de Santa Catarina ter voltado a sofrer com as enchentes neste ano --que em 2008 causaram 135 mortes--, parte do Estado também sofre com a seca. Ao menos 102 municípios decretaram situação de emergência em decorrência da falta de chuva no Estado. De acordo com o governo, a seca já atinge mais de 1 milhão de habitantes, o que representa aproximadamente 18% da população do Estado.

As regiões mais afetadas do Estado são a oeste, meio-oeste, norte e planalto serrano. De acordo com a Defesa Civil, a região sofre com a estiagem desde o início do ano, afetando inclusive, as principais atividades econômicas da região.

No Rio Grande do Sul, 177 municípios haviam decretado situação de emergência devido à estiagem até ontem. Estimativa preliminar é que mais de 300 mil pessoas são afetadas pela seca no Estado. O número, porém, deve ser superior, já que as Defesas Civis Municipais de 50 cidades ainda não passaram informações de pessoas afetadas para o órgão estadual.

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