“Prefiro ver preso do que morto”, diz pai de jovem que matou policial

O pintor foi até a delegacia e denunciou o paradeiro do filho, que foi preso dormindo sob viaduto

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"Eu poderia pedir desculpa, pedir perdão, mas nada adiantaria. O que posso fazer para tentar diminuir a dor da família do policial é ajudar a justiça a ser feita?, desabafou Antônio Fernando Rufino, de 40 anos, pai de Raphael da Silva de Barros, 18 anos, acusado de matar sexta-feira o policial militar da UPP da Rocinha, Diego Bruno Barbosa Henriques.

Nesta segunda-feira, o pintor foi até a 14ª DP (Leblon) e denunciou o paradeiro do filho, que foi preso dormindo sob viaduto da Praia de Botafogo.

Antes ele teria pedido diversas vezes por telefone para que Rafael se entregasse. ?Sou pobre, moro em comunidade, mas sou honesto. Ele tem que pagar pelo que fez. Penso na família do policial?, explicou o pintor, que temia que o filho morresse em uma perseguição ou prisão.

?Em março, Rafael foi preso por tráfico de drogas. No dia conversei com a delegada Flávia Monteiro, titular da 14ª, e senti que era de confiança. Por isso hoje a procurei. Preferia meu filho preso do que morto?, explicou.

Rafael estava dormindo quando os policiais chegaram. Abraçou o pai e a mãe antes de entrar no carro da polícia. ?Eu pedi desculpas e falei que tudo o que tinha feito era pelo seu bem?, lembrou o pai. Logo que foi preso, Rafael negou participação no crime, mas na delegacia confessou.

Segundo Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios, Rafael disse em depoimento que fazia parte do tráfico da região e que atirou em direção ao policial. ?Vamos continuar as investigações para localizar Ronaldo Azevedo Oliveira da Cunha, 24, outro suspeito?, disse Rivaldo.

Foram três dias de buscas por Rafael. A mãe do jovem, Sirlene Maria da Silva, chegou a acompanhar o delegado da DH, Rivaldo Barbosa, em buscas na Rocinha, onde ele poderia ser encontrado, e fez um apelo para que ele se entregasse. A Rocinha vai ganhar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em dois dias.

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