O dia não começou bem para o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido, ex-MDB), que foi preso na manhã desta terça-feira (18) durante a Operação "Chabu", deflagrada pela Polícia Federal. A operação tem como objetivo desarticular uma organização que violava sigilo de operações policiais em Santa Catarina. Até a publicação desta reportagem, a polícia não havia informado os crimes dos quais o prefeito é suspeito e qual é o envolvimento dele no esquema.
Ao todo 30 mandados são cumpridos, sendo 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS). O processo corre em segredo de Justiça. Até as 11h30, não havia balanço dos trabalhos realizados.
Lista de presos
- Gean Loureiro (sem partido, ex-MDB), prefeito de Florianópolis
- Fernando Caieron, delegado da Polícia Federal, foi preso Porto Alegre (RS)
- Luciano Veloso Lima, que foi secretário da Casa Civil no governo estadual Eduardo Moreira (MDB)
A assessoria da prefeitura, em nota, disse que o prefeito concordou em prestar todas as informações necessárias e está aguardando agora para prestar depoimento na Polícia Federal.
O advogado de Luciano Veloso Lima, Rubens Cabral Faria Junior, acompanhava às 11h30 o ex-secretário na Polícia Federal, que prestava depoimento. Até este horário, ainda não havia uma manifestação sobre o caso.
Investigações
Após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, que ocorreu em agosto de 2018, foi apurado pela Polícia Federal que o grupo suspeito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores do órgão e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em órgão de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.
"Durante as investigações foram apuradas práticas ilícitas, dentre as quais envolve o vazamento de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar 'salas seguras' a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas", informou a PF.
Ainda segundo a polícia, as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.
O nome "Chabu" significa dar problema, dar errado, falha no sistema, usado comumente em festas juninas quando falham fogos de artifício. Conforme a PF, o termo era empregado por alguns dos investigados para avisar da existência de operações policiais que viriam a ocorrer.