Sempre depois das 22 horas e durante a madrugada, carros de luxo estacionam em frente a um edifício inacabado e pichado de 16 andares na Avenida Dom Severino, bairro Horto, na zona Leste. O local virou ponto de tráfico de drogas. Durante o dia, os moradores e trabalhadores da região estão inconformados com os furtos cometidos pelos viciados que frequentam o local.
A ousadia dos usuários de drogas assusta, além de residentes próximos, proprietários de estabelecimentos em frente ao local abandonado que já foram assaltados. Vários boletins de ocorrência já foram registrados no 12° Distrito, no bairro Ininga.
"Os assaltos, normalmente, ocorrem na parada de ônibus e nas ruas ao lado do prédio. Lembro que de três moças, uma levaram dinheiro e celular, a outra veio pedir socorro desesperada aqui na clínica e a outra não vi o que levaram", conta a recepcionista de uma clínica veterinária, Thaís Costa.
O imóvel, nas proximidades da Avenida Presidente Kennedy, tem localização privilegiada, por estar a um quarteirão de hipermercados, pizzarias e bares. Mesmo assim, está abandonado. Uma vizinha do local - empresária de uma clínica de estética, que não quis se identificar com medo, diz que é muito comum as pessoas entrarem no imóvel. "São vários os relatos de assalto. Aluguei este ponto há um mês e estou com medo. Os assaltos acontecem sempre pela manhã mais cedo, por volta das 7h, no meio-dia, às 13h da tarde e à noite", afirma.
Ainda de acordo com a empresária, os usuários de drogas e sem-teto ficam no local, principalmente no período noturno. Ela reclama que a polícia é acionada várias vezes sobre o ponto de venda de drogas, faz revistas, apreende os responsáveis, e como possuem pouca droga e por serem de alta condição econômica, são liberados. Situação, que para ela, demonstra insegurança e irresponsabilidade. "Mas ainda assim, durante o dia eles agem nas redondezas", advertiu.
Sem solução
Para tentar que mais ações ocorram, a 12ª Delegacia de Polícia do Ininga informou que faz rondas na região e que o prédio inacabado tem um proprietário e que necessita de uma solicitação dele para abrir o inquérito. A Gerência de Controle e Fiscalização da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU Leste) já notificou o proprietário do imóvel, mas a situação segue sem solução.
Com as chuvas intensas, ainda é possível ver o acúmulo de água parada por conta das infiltrações nas lajes e varandas do apartamento danificado. Do térreo, a água espalhada nas paredes traz à tona outra preocupação dos moradores: à reprodução do mosquito da dengue.
O JMN não localizou o proprietário do prédio, porque seu nome não pôde ser revelado.