Após a Petrobras definir, na segunda-feira (04), o reajuste no preço do gás de cozinha, a população começou a se preocupar com os impactos que a definição pode trazer para seu bolso. O produto, que antes estava sendo comercializado nas refinarias pelo valor de R$ 25,07, passou a custar R$ 25,33. No entanto, a população pode não sentir logo a chegada do reajuste, uma vez que fica a cargo dos revendedores o repasse imediato ou não nas mudanças dos valores do produto. Atualmente, a população teresinense consegue encontrar diferentes preços pelo botijão de 13kg, variando nos bairros, entre R$ 60 e R$ 80.
O reajuste deve oscilar de 0,5% a 1,4% nas revendas, segundo informações do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás). O diretor do Sindigás no Piauí, Carlos Wellington, fala que não existe uma decisão única da classe e que cada um é livre para definir o repasse imediato ou não do reajuste. “Nós temos uma grande quantidade de pessoas trabalhando com esse produto e cada um tem suas próprias definições acerca do negócio. O reajuste é trimestral e cada um define se espera ou não alguns reajustes se acumularem”, fala Carlos Wellington. Alguns revendedores acumulam reajustes e esperam uma certa quantidade ou valor para, enfim, repassar a mudança dos valores para os consumidores.
Ele explica ainda que ano passado houve quatro reajustes no valor do produto e esses reajustes tiveram impacto nas vendas. “Além de ser um ano de crise para muitas pessoas, os reajustes ainda dificultaram muito a vida de quem trabalha com o gás de cozinha, já que o aumento afastou muitos consumidores. Caso ocorram muitos aumentos ao longo deste ano, as vendas podem ser afetadas ainda mais”.
Clandestinos
Ismael Zodíaco trabalha com a revenda de gás de cozinha em Teresina e disse que ainda não começou a repassar para a sua venda. “Nós temos um sindicato que deveria dar as orientações para que a classe aplicasse de forma adequada estes reajustes, mas eles não fazem isso. Neste momento, com a liberdade que existe nesse ramo, surgem os clandestinos, que acabam afetando negativamente o mercado”, fala o revendedor.
Segundo Ismael, os clandestinos não pagam impostos e, por isso, mesmo colocando o preço do gás abaixo da média de mercado, eles ainda têm um lucro maior que os revendedores oficiais. “Dessa forma, esses clandestinos podem até mesmo adulterar o gás, e com isso eles colocam em risco os clientes, além de roubá-los, já que eles estarão pagando por um produto que não receberam”, comenta Ismael.
O indicado é sempre verificar se a revenda de gás a qual o consumidor recorre é autorizada a trabalhar no setor. “Hoje, devido a essas atividades ilegais por parte de alguns, quem mais ganha dentro da venda de gás de cozinha são as distribuidoras e esses revendedores ilegais. Existem ainda os casos em que esses clandestinos até mesmo tomam os clientes dos revendedores oficiais por oferecerem preços mais baratos”, diz Ismael Zodíaco.