Cerca de cinco mil pessoas participaram do 2? Encontro dos Povos das Florestas, encerrado hoje (23) em Bras?lia, com o plantio de mudas de ?rvores do cerrado no Jardim Zool?gico. Por causa do per?odo da seca, apenas 15 mudas foram plantadas, mas a previs?o dos organizadores ? plantar mais 200 ?rvores ap?s a chegada das chuvas na capital federal.
A atividade foi acompanhada por representantes de etnias ind?genas que participaram do evento, como Sab? Haji Manchiner?, cujo povo habita a regi?o de fronteira entre o Acre e o Peru. Sab? elogiou a inicativa e disse que espera voltar ao local daqui a dez anos para ver como ficaram as ?rvores plantadas hoje.
Al?m de representantes de 80 etnias ind?genas, o encontro reuniu ribeirinhos, pescadores, quebradeiras de coco e representantes do governo federal e estaduais, da iniciativa privada e de movimentos sociais ligados aos biomas da Amaz?nia, do Cerrado, da Mata Atl?ntica, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa.
O encontro marcou a retomada da Alian?a dos Povos da Floresta, formada pela Coordena??o das Organiza?es Ind?genas da Amaz?nia Brasileira (Coiab), pelo Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), e pelo Grupo de Trabalho Amaz?nico (GTA).
Desde a ?ltima ter?a-feira (18), os participantes discutiram quest?es como aquecimento global, conhecimento tradicional, com?rcio justo, biodiversidade, redu??o da pobreza e o Programa de Acelera??o do Crescimento (PAC). Na sexta-feira (21), divulgaram a Declara??o dos Povos da Floresta, em que reafirmam o papel estrat?gico que desempenham na prote??o das florestas, dos recursos naturais e da biodiversidade.
No documento, os representantes dos povos da floresta pedem um encontro com o presidente Luiz In?cio Lula da Silva. Para eles, "o modelo de desenvolvimento e civilizat?rio em curso no nosso pa?s, caracterizado por grandes obras de infra-estrutura", ainda ? "predat?rio e amea?ador ao nosso patrim?nio natural e cultural".
Por isso, pedem a defini??o de metas e estrat?gias em busca de solu?es para as quest?es clim?ticas, por exemplo. Na declara??o, tamb?m defendem a necessidade de um modelo alternativo de desenvolvimento "ambientalmente sustent?vel e socialmente".
Uma das reivindica?es ? que os povos ind?genas e comunidades tradicionais sejam "remunerados dignamente pelos servi?os ambientais prestados ao Brasil e ao mundo por nossas regi?es preservadas diante um cen?rio de mudan?as clim?ticas".
Outro ponto defendido pelos participantes ? a que a educa??o ambiental passe a ser oferecida no ensino formal, m?dio e superior.