O negociador-chefe da delegação do Brasil na Rio+20, André Corrêa do Lago, disse na manhã desta segunda-feira (18) que ainda há entraves entre oito e dez pontos do texto final que precisa ser fechado antes da chegada dos chefes de Estado, na quarta-feira.
Segundo o embaixador, o governo brasileiro, como presidente da conferência, está sendo incisivo durante as negociações para que ela se encerre ainda nesta segunda-feira.
No entanto, existe a possibilidade de as conversas se estenderem até a terça e só acabarem na véspera da chegada dos líderes de governo.
De acordo com Corrêa do Lago, um novo texto redigido pelo Brasil foi entregue aos diplomatas neste domingo (17) com várias posições implementadas pelos diplomatas brasileiros, que, de acordo com ele, estão com voz ativa durante as mesas de debate.
"Em dezenas de parágrafos que não haviam acordo, o Brasil apresentou uma solução," afirmou
Corrêa do Lago, que preside a mesa sobre meios de implementação do desenvolvimento sustentável -- financiamento, transferência de tecnologia e capacitação -- definiu como "difícil" a discussão sobre o tema, mas comentou que deverá sair algo concreto durante as reuniões informais, que antecedem a chegada dos chefes de Estado ao Rio de Janeiro.
"Não dá para introduzir algo novo a esta altura. (...) Todo mundo fica segurando tudo para o último minuto. Eles [negociadores] querem saber o que as outras discussões têm de concreto para finalizar o debate", explica.
Sobre a questão do debate sobre oceanos, Corrêa do Lago apontou que há avanços sobre o tema, mas não informou o que há de concreto. O tema é o ponto de discussão com maior consenso entre os governos reunidos no Riocentro até agora.
Previstas para encerrarem até a noite desta segunda, Corrêa do Lago acha que as reuniões devem adentrar a madrugada para que o texto final fique pronto.