O governo de Portugal recebeu milhares de pedidos de visto de residência feitos por brasileiros apenas em parte do primeiro trimestre de 2021.
Do começo de janeiro até os primeiros dias de março, foram 3,7 mil solicitações, cerca de 60 por dia, informou ao Portugal Giro uma fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).
Os 3,7 mil brasileiros representam 52% dos sete mil pedidos de residência feitos por estrangeiros no período.
A quantidade poderia ser maior, caso os postos consulares no Brasil não tivessem interrompido temporariamente os pedidos devido à pandemia de Covid-19. Os serviços já foram restabelecidos.
Estudo e trabalho continuam a ser os principais motivos da emigração de brasileiros, a maior comunidade estrangeira no país, com mais de 185 mil. Atualmente, um brasileiro pode entrar no país como turista e pedir o visto de residência após obter de uma empresa um documento que comprove interesse em contratá-lo. Caso não obtenha, sua condição muda para irregular.
Para facilitar este movimento, o governo criará um visto temporário que permita a entrada legal para procura de emprego. A autorização para busca de trabalho acabaria com a possibilidade de o imigrante ficar irregular dentro de um período de curta duração.
Ao mesmo tempo, o governo de Portugal começou a fazer a revisão de todo o sistema de vistos. A ideia é simplificar ao máximo para agilizar o processo de autorização de residência.
A reforma, prevista no Programa de Governo, está em curso, assim como a transformação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no Serviço de Estrangeiros e Asilo (SEA).
Hoje, em seu discurso de abertura na conferência “Transformação digital nas Migrações”, que ocorre durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ressaltou a importância da imigração para ajudar na recuperação da economia pós-pandemia.
-Lidamos com pessoas que querem trabalhar e isto causa impacto positivo na economia europeia. A imigração é normal na vida de um mundo globalizado, devemos promovê-la de maneira legal e combater o tráfico de seres humanos - disse Cabrita.