Por que os jovens estão sofrendo mais infarto?

Número de infarto quase dobrou nas faixas etárias entre 18 e 44 anos na última década, aponta Ministério da Saúde.

| Pixabay
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Muitos jovens não se preocupam com a saúde do coração, mas deveriam. Um estudo da Universidade Harvard (EUA), apresentado este ano no encontro científico anual do Colégio Americano de Cardiologia, mostrou que o número de pessoas com menos de 40 anos que sofreram infarto cresceu num ritmo de 2% ao ano durante os 10 anos de pesquisa --e 20% dos sobreviventes de infarto entre 2000 e 2016 estavam dentro da faixa etária. As informações são do Uol

No Brasil, ataques cardíacos e AVC são as doenças que mais matam antes dos 60 anos, e é comum ouvirmos que o infarto costuma ser mais "perigoso" em adultos jovens e de meia-idade. Será mesmo que o risco de morte devido ao problema no coração é maior nessa fase da vida?

Infarto é mais perigoso em pessoas com menos de 40 anos? 

O infarto se dá pela interrupção da circulação de sangue nos vasos de uma ou mais partes do coração. O problema, que ocorre principalmente devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias responsáveis por irrigar o órgão, pode provocar danos ao músculo cardíaco ou levar à morte. E não é a idade que determina a gravidade de um infarto ou se ele será fatal, e sim a agilidade nos primeiros socorros e o tempo para o restabelecimento do fluxo de sangue ao coração --a primeira hora é vital para minimizar sequelas.

Infarto com jovens

A predisposição genética responde por boa parte dos episódios precoces de infarto, mas o principal culpado é o estilo de vida (má alimentação, tabagismo, sedentarismo e estresse). A obesidade, doença que aumenta o risco de ataque cardíaco, afeta 20% dos brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados em 2018, quase dobrou nas faixas etárias entre 18 e 44 anos na última década.

O cigarro também é um problema. Enquanto o número de fumantes caiu 36% no país, os grupos entre 18 e 24 anos e 35 e 44 anos foram os únicos que apresentaram crescimento no tabagismo entre 2015 e 2016, segundo os índices mais recentes do Ministério da Saúde.

Além disso, os especialistas apontam que o uso de drogas, principalmente cocaína (e as variações sintéticas fabricadas a partir dela), tem papel relevante no aumento das ocorrências de infarto em jovens, mesmo que não haja fatores de risco associados.

A substância induz ao aumento da frequência cardíaca e provoca picos na pressão arterial, o que sobrecarrega o coração. Ao mesmo tempo, causa a vasoconstrição de artérias coronárias e limita o suprimento de oxigênio para o órgão. Some-se a isso o fato de que quem usa a droga muitas vezes também fuma ou bebe álcool, o que favorece ainda mais o perigo de doenças cardiovasculares. Vale saber que um único episódio de consumo de cocaína pode ser letal pelos efeitos no coração.

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