Uma carta direcionada ao Papai Noel foi encontrada pela Polícia Civil durante uma prisão em Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina, na tarde de sexta-feira (6). Em uma folha de caderno, o menino de oito anos pede uma bola e que a mãe pare de vender drogas.
"Papai Noel, queria uma bola e que minha mãe parasse de vender droga. Por favor ajuda nós, tá Papai Noel. Feliz Natal e eu queria que você soubesse que eu amo a minha mãe e meus irmãos?, diz a criança na carta.
A polícia encontrou o caderno enquanto cumpria um mandado de busca e apreensão direcionado a mãe do menino, Zita Mariano, de 37 anos. Segundo a Polícia Civil, na casa da mulher estavam os seis filhos, cinco deles menores, com sinais de violência familiar. A polícia chegou ao local através de investigações e denúncias. Conforme a polícia, era na casa da família que a mãe e o filho mais velho, Leonardo Mariano, de 18 anos, vendiam drogas sob o olhar das crianças.
?A investigação era relacionada ao tráfico. A situação das crianças foi um fato novo constatado no local. Havia sinal de abandono, falta de cuidados. Uma das crianças, de 2 anos, está muito acima do peso. Outra menina, de 6 anos, esta com a mão muito queimada. Ela disse que mexeu nos esmaltes da tia, que ficou brava e colocou a mão dela em uma bacia de água quente. Uma das crianças disse que gostaria que não existisse mais drogas no mundo?, detalha Tânia Harada, delegada da comarca de Barra Velha. Ela diz que já atendeu casos envolvendo crianças, mas que este foi muito comovente.
No local, a polícia encontrou crack, um dichavador, utilizado para preparar cigarros de maconha, três celulares e um notebook. De acordo com a delegada, as cinco crianças foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar para os três pais biológicos.
O Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Vara de Infância e Juventude devem analisar o caso para decidir se as crianças vão permanecer com os pais. Segundo Tânia, a mãe e o filho de 18 foram presos em flagrante por tráfico de drogas. Leonardo foi encaminhado à Unidade Prisional de Barra Velha e Zita permanece presa na delegacia de Barra Velha, pois não há vagas nos presídios femininos na região.