Pontos de Cultura são projetos financiados e apoiados institucionalmente pelo Ministério da Cultura (MinC) e implementados por entidades governamentais ou não governamentais.
No Piauí há, pelo menos, 80 pontos e em muitas cidades esse é o principal instrumento de inserção da comunidade em oficinas e atividades culturais.
Com o intuito de garantir o apoio à manutenção desses espaços, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) vai realizar um mapeamento dos pontos existentes, apontando suas dificuldades e ações desenvolvidas.
“O Piauí estava correndo o risco de perder parte dos recursos voltados para a manutenção dos Pontos de Cultura. Conseguimos intervir junto ao Ministério e reverter essa situação. Pedimos a renovação do convênio e a prorrogação da vigência até 2017.
Não podemos deixar esses espaços e toda a comunidade atendida serem prejudicados”, diz o secretário estadual de Cultura, Fábio Novo, que esteve em Brasília no início de julho, onde tratou do assunto com o ministro, até então, interino da Cultura, João Brant.
Entre os Pontos de Cultura espalhados pelo Estado, podemos citar o exemplo da Fundação Cultural Ludetana Araújo, situado em Campo Maior, a 86 km de Teresina. Por lá, a população tem acesso gratuito – desde 2010 – às aulas de teatro, balé e de música.
“Temos uma sede própria e parte da nossa estrutura foi conseguida através do convênio com o Ministério da Cultura, a exemplo dos violões que são utilizados nas aulas de música.
As peças teatrais já montadas por aqui também são consequência do que conseguimos com o Ponto de Cultura”, conta o diretor do ponto, Edilson da Costa.
Ele diz que cerca de 300 pessoas, de todas as idades, já participaram ou participam das atividades desenvolvidas pelo projeto. Outro bom exemplo vem de São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, onde está o Ponto de Cultura “Culturart”, existente desde 2009.
O coordenador Agnado Ribeiro diz que, atualmente, há 80 pessoas participando das atividades, incluindo música, teatro, cultura popular, reisado de boi, roda de São Gonçalo e cinema.
“Já gravamos três filmes e com essas produções concorremos a alguns prêmios. Em 2011 fomos semifinalistas no Festival Nacional Claro Curtas.
Em 2012, o filme produzido a partir do projeto social ‘Pontinho de Cultura Construir Brincando’ foi exibido durante o Encontro Nacional de Cinemas e Vídeos do Sertão, que aconteceu em Floriano”, conta, orgulhoso.
E se é para falar das conquistas, Agnaldo não esquece de mencionar os quatro prêmios do espetáculo “Folia de Reis”. “Por duas vezes ganhamos o prêmio do edital BNB de Cultura”, completa.
As ações não se restringem aos muros do Ponto de Cultura. “Levamos a capoeira para as comunidades quilombolas. Foi a partir das oficinas realizadas através do Ponto que surgiu o grupo Capoeira Berimbau”, explica o coordenador.
Com os prêmios conquistados e o caminho percorrido ao longo desses seis anos, o Culturart se transformou numa referência no território “Serra da Capivara”, onde há mais quatro Pontos de Cultura.
O coordenador estadual do programa Cultura Viva, Roberto Sabóia, explica que a secretaria pretende realizar uma visita técnica em todos os pontos existentes no Estado.
Dessa forma, será possível atualizar informações e saber como esses locais estão funcionando. O mesmo deve acontecer nas cidades atendidas pelo programa Cine Mais Cultura, onde há espaços para exibição de filmes.
Oficinas vão ajudar na captação de recursos
O Ministério da Cultura (Minc) lançou, recentemente, três editais que, juntos, vão liberar R$ 13 milhões para iniciativas relacionadas à Política Nacional de Cultura Viva.
No Piauí, a Secretaria Estadual de Cultura, em parceria com o Ministério, vai realizar oficinas voltadas para aqueles que atuam nas áreas propostas pelos editais: Pontos de Mídia Li-vre, Pontos de Cultura Indígena e Culturas de Redes - Fortalecimento de Redes Culturais do Brasil.
As oficinas acontecem de 4 a 7 de agosto em Bom Jesus, Teresina, Piripiri e Parnaíba. "O principal objetivo é capacitar e tirar as dúvidas dos interessados para que eles possam ter acesso aos recursos disponibilizados por meio dos editais.
Nós queremos realizar oficinas permanentes, voltadas não só para os editais do Minc, mas para outras instituições que apoiam a cultura no nosso país", explica o secretário estadual de Cultura, Fábio Novo.
O chefe da representação regional Nordeste do Ministério da Cultura, Gilson Barros, que irá ministrar as oficinas no Piauí, explica que esses três editais são voltados para projetos e iniciativas que tenham, no mínimo, um ano de atividade. "Os editais são voltados para ações que já estão acontecendo.
Sendo que, um mesmo projeto, dependendo da sua atuação, pode ser inscrito em mais de um edital. O Ministério da Cultura quer ampliar a participação nesse processo", disse. Gilson afirma que algumas mudanças, impostas pela nova lei "Cultura Viva", favorecem a participação de um número maior de projetos.
"Agora, a prestação de contas não é mais financeira. A iniciativa beneficiada tem que provar que realizou as ações propostas no edital. Antes, muitos projetos ficavam de fora por conta dessa dificuldade", explica.
Para mais informações sobre os editais com inscrições abertas, basta acessar o site do Ministério da Cultura, no endereço: http://www.cultura.gov.br/editais2015