Tramita no Congresso Nacional pelo menos 30 projetos de lei para incluir novas disciplinas ao currículo escolar. Entre as propostas dos parlamentares estão aulas de cidadania, noções de trânsito, prevenção ao uso de drogas e segurança digital. Um deles sugere aos universitários que estudem noções básicas de primeiros-socorros.
Nas justificativas dos projetos, um argumento semelhante: dar noção às crianças e aos adolescentes de temas que são caros à sociedade. "É preciso estabelecer um programa de conscientização educacional, abrindo os olhos dos jovens e dos adolescentes", explica o deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) no projeto sobre segurança digital.
A inclusão de disciplinas no currículo estudantil, entretanto, vai contra o que tem se estudado sobre educação. A lista de matérias que faz parte da grade dos estudantes já é considerada inchada pelo Ministério da Educação e especialistas na área.
O Professor da Universidade de Brasília, especialista em educação, Carlos Medeiros ressalta que na Finlândia, onde os índices de educação são excelentes, o governo resolveu romper com as disciplinas no ensino médio. "Isso não significa abandonar o conteúdo. Os saberes continuam, o que muda é a forma."
A integração de uma nova disciplina significa organizar um curso estruturado e com identidade. "Quando ficaria melhor se os saberes fossem integrados a realidade prática, em vez de isolado", explica Medeiros.