A Polícia Militar vai usar imagens do tumulto ocorrido durante protesto na sexta-feira (26), na Avenida Paulista, para identificar os vândalos que depredaram lojas e ao menos dez agências bancárias. A ação dos infratores foi registrada por cinegrafistas amadores e até pelo circuito interno de empresas, como o de uma concessionária de carros atacada.
O protesto contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e em apoio aos atos no Rio de Janeiro contra o governador Sérgio Cabral começou pacífico. No meio, porém, um grupo começou a depredação. Os vândalos percorreram cerca de dois quilômetros e destruíram, além das agências bancárias, uma concessionária de automóveis, bases da Polícia Militar, duas estações do Metrô e um carro de reportagem da Rede Record.
Questionado se a polícia demorou para reagir, o porta-voz da PM, major Marcel Lacerda Soffner, disse que a corporação acompanhava a manifestação para não colocar em risco as pessoas que agiam pacificamente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ação da PM foi adequada e progressiva.
A manifestação também foi uma das causas do congestionamento recorde registrado na noite de sexta: 300 km de filas. O ato, acompanhado de chuva e acidentes, contribuiu para a cidade bater a marca histórica anterior, de 295 km de filas em 1º de junho de 2012.
Depois do protesto, a Avenida Paulista amanheceu com estabelecimentos depredados e pichações nas vias próximas. As agências bancárias que foram alvo de vandalismo estavam interditadas com lonas, cones e tapumes neste sábado.
A manifestação
O protesto começou por volta das 18h no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Às 18h55, os manifestantes ocuparam os dois sentidos da Avenida Paulista e caminharam em direção ao Paraíso.
Cerca de meia hora depois, mascarados começaram a pichar a Estação Trianon-Masp do Metrô e uma agência do Banco Itaú, que também teve um corrimão arrancado e vidros quebrados. Eles colocaram fogo em sacos de lixo espalhados na via e quebraram relógios no canteiro central da avenida.
Neste momento, um grupo gritava ?sem vandalismo?, enquanto outros manifestantes respondiam ?sem pacifismo?. Pessoas que se identificaram como integrantes do movimento Black Bloc distribuíram panfletos.
Durante a destruição, um homem mascarado dizia que "vandalismo é o que fazem nas escolas, cheias de gente sem educação". Ele afirmou que "manifestação pacífica é passeio pela cidade".
Manifestantes contrários à violência pediam para os atos de vandalismo pararem. "Isso é loucura. Para com isso", disse um dos participantes do protesto.
Depois que a primeira agência foi atacada, grupos começaram a depredar outros bancos na região, sem intervenção da Polícia Militar. Flagramos depredação em cinco agências do Banco Itaú, duas do Bradesco, duas do Santander e uma do Banco do Brasil. Uma agência do Citibank foi pichada.