Neste fim de semana, Policiais civis prenderam três suspeitos de participação no roubo de 718,9 kg de ouro no terminal de cargas do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Dois homens, que não tiveram os nomes divulgados, também foram detidos. Um deles foi liberado durante a madrugada desta segunda-feira (29) após prestar depoimento na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte da capital. As informações são do G1.
Foram detidos o encarregado de despacho do aeroporto, Peterson Pattrício, de 33 anos, que disse à polícia ter sido mantido refém pela quadrilha; e um conhecido dele, chamado Peterson Brasil. A investigação aponta que foi Brasil quem convidou Pattrício a participar do assalto.
De acordo com os policiais responsáveis pela investigação, Pattrício confessou que foi cooptado pelos assaltantes. O ouro roubado é avaliado em cerca de R$ 110 milhões. Câmeras de segurança registraram a ação dentro do terminal.
O outro, porém, foi autuado nesta segunda em flagrante por posse de munição de calibre de uso restrito, de acordo com a assessoria de imprensa do Deic. O homem estava com um carregador de fuzil contendo projéteis .556. "Está sendo apurada sua participação no roubo", disse comunicado da polícia.
A polícia já investigava a participação de alguém "de dentro" do aeroporto. “A dinâmica do fato nos leva fortemente a crer que existe pessoas que conheciam a rotina de uma área restrita de um aeroporto internacional, de um terminal de cargas de um aeroporto internacional”, disse o delegado João Carlos Miguel Hueb antes da prisão.
Pattrício disse inicialmente à polícia que os criminosos o sequestraram no dia anterior ao assalto, e que mantiveram também sua família refém. Segundo o suspeito, foi assim que a quadrilha teve acesso a informações privilegiadas sobre a rotina no terminal de cargas.
Em nota, a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, disse que "todas as informações referentes ao episódio ocorrido no último dia 25, no Terminal de Cargas do Aeroporto, estão sendo repassadas à Polícia Civil, que está liderando as investigações". A companhia acrescenta que "cumpre todas as normas internacionais e práticas de segurança pertinentes à segurança aeroportuária".