A polícia nos Estados Unidos está investigando se Noor Salman, mulher de Omar Mateen, que matou 49 pessoas e feriu mais 53 pessoas em boate gay em Orlando, tem alguma ligação com o ataque.
Salman teria dito à polícia que tentou impedir que o marido realizasse o ataque. Mas ela pode ser indiciada como cúmplice e por não ter alertado às autoridades sobre a iminência do ataque - o mais letal do tipo na história recente dos EUA.
Logo depois do atentado, surgiu a informação de que Mateen, o atirador, tinha uma ex-mulher, Sitora Yusifiy, que o acusou de violência doméstica e disse que ele era "psicologicamente instável".
Nesta terça-feira, porém, a mídia passou a divulgar que, após se separar de Yusifiy, Mateen se casou com Salman, com quem teria um filho.
Há relatos ainda de que Mateen teria sido frequentador de boate gay e que teria trocado mensagens com homens por meio de aplicativos de relacionamento online.
Procuradores citados pela Fox News disseram que estavam tentando indiciar Salman como cúmplice dos 49 homicídios e 53 tentativas de homicídio, e por não ter alertado às autoridades sobre o ataque iminente.
Ela alega, porém, que tentou convencer o marido a não realizar o ataque.
Segundo uma fonte da rede de TV Fox, Mateen pode ter ligado para a mulher de dentro da boate durante o tiroteio.
Na terça-feira, a mídia americana divulgou ainda que Salman estava com Mateen quando este comprou munição e que o levara de carro para a Pulse em outra ocasião, porque ele queria investigar o local.
Salman foi interrogada após o ataque, mas não foi presa.
O senador americano Angus King, membro do comitê de inteligência do Senado que recebeu um briefing sobre a investigação, disse à CNN que "aparentemente ela tinha conhecimento sobre o que estava acontecendo".
"Ela é definitivamente, eu diria, uma pessoa de interesse agora, e aparentemente ela está cooperando e pode nos dar informações importantes", ele acrescentou.
O pai de Mateen, Seddique Mateen, disse na terça que Salman havia voltado ao apartamento do casal na segunda-feira para pegar algumas roupas. Ele disse que ela e o filho mais novo do casal ainda estavam na Flórida, mas não disse onde.
Em outro momento Seddique teria dito que o filho "tinha ódio de gays".
Mateen, de 29 anos, que foi morto pela polícia, havia jurado lealdade ao grupo autodenominado Estado Islâmico EI) durante o ataque, de acordo com autoridades.
Na terça-feira, o presidente Barack Obama disse que Mateen parecia ser um "jovem com raiva, pertubado e instável que se radicalizou".
Ele também atacou a proposta do candidato indicado do Partido Republicano à Presidência, Donald Trump, de proibir a entrada de muçulmanos nos EUA: "Esta não é a América que queremos", disse Obama.
Investigadores disseram que não há provas de que Mateen estaria em contato com grupos de fora, como o EI. Mateen era um cidadão americano, nascido em Nova York e filho de pais afegãos.