Polícia fez buscas em mar aberto por armas de Ronnie Lessa ​

Armamento não foi encontrado. Pescadores confirmaram que Polícia Civil fez diligências no ponto de onde o barco utilizado para descarte saiu.

| Divulgação
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Policiais da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro realizaram buscas durante a semana para tentar encontrar armas de Ronnie Lessa, preso acusado de ter matado Marielle Franco, que teriam sido jogadas em mar aberto. No entanto, nada foi encontrado. A informação do descarte das armas chegou à polícia através de uma denúncia anônima.

Na última sexta-feira (22), pescadores da Zona Oeste confirmaram que agentes da Polícia Civil foram até o local de onde, segundo a denúncia, um barco saiu para fazer o descarte das armas no dia 14 de março, exatamente um ano após a morte da vereadora e seu motorista.

Testemunhas também presenciaram o embarque de caixas de papelão, bolsas e malas no dia do descarte descrito pela denúncia. De acordo com uma informação que havia sido repassada à polícia, as armas teriam sido tiradas da casa onde Lessa montava os fuzis, no Pechincha, também na Zona Oeste do Rio, dois dias depois da operação Lume.

Na operação, foram presos Lessa, PM reformado, que segundo as investigações atirou e matou Marielle em 14 de março de 2018; e Élcio Vieira de Queiroz, responsável pela condução do veículo onde Lessa estava durante os disparos. Alexandre Mota Souza, morador de um imóvel no Méier onde foram encontrados fuzis, também foi preso.

O descarte no mar teria acontecido pouco antes dos agentes de segurança encontrarem o local onde Ronnie Lessa construía as armas, depois de receber as peças. Os armamentos não foram encontrados no apartamento no Pechincha.

Mergulhadores do Corpo de Bombeiros auxiliaram os policiais na tentativa de encontrar e recuperar as armas. Eles realizaram as buscas na tarde da última quarta-feira (20), após saírem de lancha do quartel de Botafogo, na Zona Sul, e procuraram durante horas.

A defesa de Ronnie Lessa afirmou que desconhece a informação de que armas que estavam na casa de Lessa no Pechincha tenham sido descartadas em mar aberto. A Divisão de Homicídios não quis comentar e disse que as investigações estão sob sigilo.

Armas são falsificadas, mas funcionam

No mesmo dia da prisão de Lessa, 117 fuzis incompletos foram apreendidos na casa de Alexandre Mota de Souza, amigo do sargento reformado da PM acusado de atirar e matar Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.

Segundo a Delegacia Especializada em Armas e Explosivos (Desarme), os fuzis são falsificados, mas funcionam se os canos apropriados forem utilizados. As conexões de Lessa com o tráfico de armas também serão investigadas pela especializada.

A Polícia Civil montou um fuzil M16 para provar que as armas são letais. Para completar o armamento, o delegado Marcos Amin usou cano e carregador que faziam parte do acervo da polícia civil.

Fernando Santana, advogado de Ronnie Lessa, disse que a defesa espera a realização de perícia no armamento apreendido na casa do amigo do PM reformado. Segundo o advogado, o exame pode comprovar que as armas eram de brinquedo.

"Na verdade, estamos aguardando a perícia porque ali, a princípio, não está configurado nenhuma arma de fogo em si. Futuramente, dependendo da perícia, pode ser até uma arma de brinquedo ou uma airsoft. Na verdade (ele alegava que era) para airsoft, entendeu?", afirmou o advogado nos dias seguintes à prisão.

De acordo com o delegado, no entanto, é muito pouco provável que a arma seja uma airsfoft.

"Não pode ser uma arma de airsoft porque o airsoft tem um mecanismo diferente de uma arma de fogo. O airsoft não trabalha com combustão, trabalha com ar comprimido. Tem algumas peças que foram encontradas na casa do Alexandre que só são utilizadas em armas de fogo, como o ferrolho, por exemplo. Não existe nenhuma peça das apreendidas que possa ser usada apenas em airsoft porque o lower receiver é em aço ou em alumínio e esse tipo de material não é usado em arma de lazer", explicou Amim.

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