O policial Max Kellysson Marques Marreiros, preso em flagrante no domingo (1º/12) acusado de atirar contra Rudson Vieira Batista, dentro de um bar localizado na Avenida Duque de Caxias, na zona Norte de Teresina, foi solto após a audiência de custódia realizada na segunda-feira (02).
A liberdade foi concedida pelo juiz de Direito da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, Jorge Cley Martins Vieira. Na decisão foi determinada medidas cautelares a serem cumpridas pelo policial acusado.
"Determino ainda a suspensão do porte de arma do autuado, até o esclarecimento das circunstâncias do fato."
Ainda na decisão, o juiz afirmou que "em liberdade, o autuado não coloca em risco a ordem pública ou a instrução processual penal. As particularidades do caso demonstram a suficiência, adequeção e proporcionalidade da imposição das medidas menos severas previstas no art. 319, em atenção ao preceito de progressividade das cautelas disposto no art. 282, §§ 4º e 6º, todos do Código de Processo Penal".
Max Kellysson Marques Marreiros deverá comparecer em juízo bimestralmente à Central Integrada de Alternativas Penais para informar ou justificar suas atividades; se fazer presente a todos os atos processuais para os quais for intimado, além disso ele não deverá sair de Teresina por mais de 15 dias sem prévia autorização, nem mudar de residência sem prévia comunicação ao juízo e está proibido de frequentar estabelecimentos como bar, boates e similares.
Em entrevista a Rede Meio Norte, o irmão da vítima afirmou que o acusado alega legítima defesa, mas que as testemunhas negam que houve agressão física.
"O que ele alega é legitima defesa, mas como que houve legitima defesa se não houve agressão? Estamos com testemunhas depondo e nenhuma das testemunhas diz que houve alguma luta corporal. Espero que tenha justiça e que não fique como mais um dos casos que estão acontecendo, e nós vamos atrás tanto dele como do estabelecimento que até agora não tenho notícias alguma deles, eles disseram que tinha câmeras de segurança internas, mas até agora ninguém relatou nada sobre as imagens. Por que deixaram um policial armado entrar já que se ele estivesse de serviço não poderia está bebendo e até onde eu sei, policial não pode entrar armado em estabelecimento privado, a pessoa bebendo com arma não dá certo, são coisas que não combinam. " contou o irmão da vítima.
Estado de saúde da vítima
Segundo o irmão da vítima, Rudson Vieira segue em estado grave de saúde e está com parte do corpo paralisado devido uma inflamação na medula provocado pela bala.
"O estado ainda continua grave, só o tempo é que pode dizer qual o tipo de melhora ele vai ter, as consequências de sequelas, estamos aguardando a medula desinflamar. Ele não mexe as pernas, o braço direito mexe, o braço direito mexia, mas não mexe mais, não sabemos se isso é consequencia devido a bala está alojada na clavícula." Contou o irmão de Rudson.
Nota da Polícia Militar do Piauí
Em nota divulgada nesta segunda-feira (02), a Polícia Militar confirmou que o policial atirou contra o radiologista.
NOTA À IMPRENSA
A Polícia Militar do Estado do Piauí informa que um Policial Militar se envolveu em uma ocorrência no bar "Boteco do Gil", localizado no bairro Buenos Aires, onde após um desentendimento, efetuou um disparo de arma de fogo contra uma pessoa, lesionando-o no ombro. O autor foi detido por seguranças do bar, sendo em seguida conduzido pelo Coordenador de Policiamento do 9° Batalhão à Central de Flagrantes, onde foi autuado e posteriormente encaminhado ao presídio militar, onde ficará à disposição da Justiça.
Teresina, PI, 02 de dezembro de 2019.
ELZA Rodrigues Ferreira - Ten Cel PM Diretora de Comunicação Social da PMPI
Entenda o caso
Um homem identificado como Rudson Vieira Batista foi atingido por um disparo de arma de fogo efetuado pelo policial militar Max Kellysson Marques Marreiros dentro do bar Boteco do Gil localizado na Avenida Duque de Caxias no bairro Buenos Aires, na zona Norte de Teresina.
Segundo informações, a vítima e o acusado teria se envolvido em um discussão e o PM sacou a arma e efetuou um disparo de arma de fogo contra Rudson. Funcionários do estabelecimento segurou o PM e acionou a polícia. Ele foi preso e conduzido até a Central de Flagrantes de Teresina.
A vítima foi socorrida e encaminhada para o Hospital de Urgência de Teresina - HUT e após o atendimento de emergência foi transferida para o Hospital São Marcos, no Centro da capital.
O PM acusado de efetuar os disparos é lotado no 17º Batalhão da Polícia Militar de Teresina.