O Comando Geral da Polícia Militar expulsou o cabo Zildo Francisco dos Santos, de acordo com a edição desta terça-feira (17) do “Diário Oficial” do Estado. A decisão demorou quase um ano após o PM, que trabalhava na segurança da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), ter sido flagrado atirando em Vinícius Pucinelli Silveira, de 20 anos, no estacionamento de um bar no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista.
O crime aconteceu na madrugada entre os dias 4 e 5 de fevereiro de 2016 no Bar Lucena, localizado na avenida Ermano Marchetti. De acordo com a investigação, Santos, que estava de folga, deu em cima da namorada de Silveira no local. Após uma discussão, o jovem de 20 anos tirou a camiseta e fez menção de brigar com o policial. Depois do bate boca, o cabo pegou um revólver e, à distância, atirou contra o rapaz, que foi atingido na região da barriga.
A vítima foi resgatada por uma ambulância após 18 minutos, mas não resistiu aos ferimentos. Toda a ação foi gravada por uma câmera de segurança. Logo após o tiro, os amigos da vítima acionaram a Polícia Militar, que chegou ao local pouco depois do crime. Os PMs prenderam Santos em flagrante. Ele não resistiu à prisão e foi levado ao presídio militar Romão Gomes.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Zildo Francisco dos Santos está preso acusado de homicídio doloso qualificado no Presídio Militar Romão Gomes. Segundo o advogado Wesley Costa da Silva, que defendeu o PM no processo disciplinar, Santos provavelmente vai para o Presídio de Tremembé, agora que foi expulso da corporação. Ainda falta uma decisão no processo criminal.
“Nossa tese se baseou em disparo acidental. Tem vários relatos de disparo acidental com a .40 da Tauros”, disse. Indagado sobre o vídeo que mostra o PM apontando a arma para a vítima, o advogado afirmou que, durante o processo, foi ouvido um perito da Polícia Militar que conseguiu identificar que o policial não estava empunhando a arma com a intenção de matar. “Na questão disciplinar, era até esperada [a expulsão], por conta do clamor público, um policial, servidor, de madrugada, num bar… a polícia não vê isso como algo bom”, afirmou.