A entrada de um edifício no Núcleo Bandeirante virou ponto de vigília de ativistas protetores de animais desde o sábado (29/10). Representantes de entidades tentam resgatar uma cadela da raça pit bull que, segundo moradores do prédio, é agredida frequentemente pelo dono. Vizinhos suspeitam que o animal chegou a ser violentado sexualmente. O caso foi parar na delegacia.
“Há a suspeita de que ele abuse sexualmente da cachorra, porque ela está com o órgão sexual ferido, muito inchado e sangrando, diferentemente de quando uma cadela fica no cio”, afirma Noêmia dos Santos, presidente da ONG Protetoras Unidas Pet Brasília. “Vizinhos nos acionaram e relataram que, diariamente, ouvem o dono agredindo o próprio animal, que uiva e chora muito”, acrescenta Wanessa Costa, protetora independente.
Um morador do prédio, que pediu para não ter o nome divulgado, confirmou que as agressões são constantes. Ele relata que já viu o acusado chutar e até mesmo jogar pedras no pit bull.
Após receber a denúncia, os protetores de animais acionaram o Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal, que levou o homem e a cadela à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) no sábado (29). A Polícia Civil, entretanto, não confirmou à reportagem se houve abertura de boletim de ocorrência.
À espera de autorização judicial
Ainda de acordo com a ONG, o acusado de maus-tratos e a cadela foram liberados e voltaram para casa no sábado (29). Revoltadas, cerca de 30 pessoas permaneceram no local. Na tarde deste domingo (30), tentaram invadir o edifício, localizado na Terceira Avenida do Núcleo Bandeirante.
De acordo com Noêmia, a polícia alega que não pode retirar o animal do proprietário sem que haja autorização judicial. A ONG acionou o Ministério Público e aguarda liminar para que a cadela seja levada para um novo abrigo.