Piloto de helicóptero que caiu tentou desviar de casas, afirma testemunha

O acidente matou o piloto e o passageiro, ambos de 36 anos.

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O ajudante de pedreiro Josemar Silva Oliveira voltava do supermercado de bicicleta, na manhã deste domingo (23), quando viu um helicóptero sobrevoando baixo e depois cair em um milharal em Bonfim Paulista, distrito de Ribeirão Preto (SP). O acidente matou o piloto e o passageiro, ambos de 36 anos. Segundo Oliveira, a aeronave parecia instável, balançava muito e chegou a encostar nos fios da rede elétrica de um condomínio, antes de cair e explodir. "Parecia que ele estava com algum problema e procurava um lugar para pousar", relembrou.

O piloto e instrutor de voo Lauro Gustavo Coffani e o passageiro Luciano Real Cavalheiro morreram carbonizados. Os dois faziam um voo de demonstração e haviam partido de um helicentro no bairro Ribeirânia, em Ribeirão Preto, a cerca de dez quilômetros do local do acidente. O Comando da Aeronáutica enviou uma equipe ao local no final da tarde de domingo para começar as investigações sobre o caso, mas as causas da queda ainda não foram esclarecidas. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com as documentações de manutenção e navegabilidade em dia.

Oliveira contou que o piloto fez diversas manobras, por cerca de um minuto, tentando desviar das casas de um condomínio e disse ter ficado assustado quando viu a aeronave perdendo altitude muito rápido. "Quando olhei para cima, vi o helicóptero cambaleando. Ele veio tombando e rodou ao lado do bairro Monte Verde, depois encostou nos fios e em seguida já caiu. Segundos depois, já deu para ver uma fumaça preta subindo."

Oliveira disse que correu em direção ao local da queda e viu os destroços do helicóptero e os corpos das vítimas em chamas. Em poucos minutos, de acordo com o ajudante de pedreiro, policiais militares chegaram ao local e impediram a aproximação de curiosos. "Logo já isolaram a área e pediram para ninguém passar", relembrou.

Com o impacto, a aeronave explodiu e os dois ocupantes foram carbonizados. O compartimento dos passageiros foi completamente destruído. O acesso à área de 2,5 hectares chegou a ser bloqueado devido ao risco de explosão.

Situação regular

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, no domingo (23), que o helicóptero modelo Robinson R22 estava em condições de uso e era utilizado para instrução. O certificado de aeronavegabilidade, segundo a agência, venceria apenas em setembro de 2019. A inspeção anual de manutenção, outro documento obrigatório, estava com vencimento previsto para setembro deste ano.

O órgão federal informou ainda que aguarda um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado ao Comando da Aeronáutica, com base nas informações coletadas no local do acidente. Os detalhes sobre a situação do piloto junto ao órgão ainda não foram divulgados.

Cenipa

Uma equipe do Cenipa foi enviada a Ribeirão Preto no final da tarde do domingo para investigar as causas da queda do helicóptero. Técnicos do Serviço Regional de Investigação (Seripa - 4), subdivisão do Cenipa, foram até a área para analisar as causas do acidente antes da retirada do veículo. De acordo com o órgão, informações transmitidas via rádio pelo piloto e um relatório sobre o acidente deve ser concluído dentro de 30 dias.

Vítimas

Os corpos do piloto e do passageiro permanecem no Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto e devem ser liberados apenas na tarde desta segunda-feira (24). O piloto Lauro Gustavo Coffani, de 36 anos, morava em Ribeirão e dava aulas de instrução. O passageiro, Luciano Real Cavalheiro, também de 36 anos, fazia um voo de demonstração, de acordo com Nelson Mattos, diretor da ABC Helicópteros, onde a aeronave ficava angariada.

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