Piauienses criam novos modelos de negócios e superam a crise

Impulsionados pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, os piauienses estão buscando na atividade empreendedora uma alternativa de renda

lucas | reprodução
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Uma grande maioria dos estabelecimentos e empresas fecharam suas portas, isso devido ao isolamento social criado pela pandemia do covid-19. A crise causada nesse período levou trabalhadores e empresários a buscarem novas alternativas de conseguir sua renda.

“Eu trabalhava de carteira assinada como vendedor em uma loja do shopping  em Teresina, e quando surgiram noticiários sobre o vírus ficamos em pânico”, relatou Lucas Rubim, de 38 anos, empreendedor e dono de uma loja de roupas, que conseguiu driblar os obstáculos gerados pela pandemia.

A economia do país se viu em queda, e na capital piauiense não foi diferente. Para cortar os gastos, várias empresas tiveram que demitir seus funcionários, e Lucas foi um desses que acabou perdendo seu emprego. “Para minha desagradável surpresa fui demitido bem no início da pandemia, quando surgiram os boatos de que tudo fecharia e não teríamos noção de quando iria reabrir”, acrescentou.

Lucas Rubim decidiu abrir seu próprio negócio após ficar desempregado durante a pandemia - Foto: Arquivo Pessoal

Para não ficarem reféns do desemprego, agravado nos tempos de distanciamento social, diversos empregados passaram a se tornar empresários. Novos modelos de negócio surgiram com a pandemia, e as redes sociais e o desenvolvimento de lojas virtuais foram as principais ferramentas para uma conquista de renda.

“Se passou dias, e meses, as lojas tentavam se adaptar ao novo ‘normal’ e eu cada vez estava decidido a ter meu próprio negócio, mesmo sem recursos e sem dinheiro pra isso, e ainda em pandemia”, disse o empreendedor, que logo após construiu sua loja virtual nas redes sociais. 

A iniciativa rendeu lucros e conseguiu alavancar um capital que se transformou na inauguração da sua primeira loja física, com vestimentas relacionadas à cultura piauiense.

Disputa por mercado se torna abrangente

Não foi somente o empresário que migrou para esse novo estilo de negócios, assim como ele, Luana Furtado, responsável por uma loja de roupas infantis, se adequou ao virtual. A empreendedora revela uma certa insegurança com o trabalho online, mas que abriu portas para várias outras empresas durante a pandemia. 

“Um dos maiores desafios foi a incerteza da situação, trabalhar com a incerteza é difícil porque muitas vezes temos que lidar com a frustração de planejar algo que não poderá ser executado devido a situações externas”.

Luana Furtando e o marido inciaram loja de roupas infantis na pandemia

Nem todos os trabalhadores tiveram a oportunidade de criar seu próprio negócio, mesmo com a expansão das empresas vinculadas às redes socais. A disputa pelo mercado se tornou abrangente mesmo nos tempos de um comércio essencial. 

"Apesar da crise econômica no país, eu considero que a cada dia mais conseguimos avançar no nosso negócio, acredito que quando trabalhamos com algo que é essencial para as pessoas, e se estamos pensando no que essas pessoas  buscam, como a praticidade, por exemplo, facilmente conseguimos nos destacar e ganhar lugar no mercado", explica Luana Furtado.

Aumento de vendas

O aumento no número de lojas online, dos mais variados produtos, teve um aumento expressivo durante a pandemia, constando ser uma alternativa viável no início de um empreendimento, principalmente para os trabalhadores que perderam suas funções no momento de crise. 

O modelo de negócio se adequa às necessidades e dificuldades, mesmo na situação em que várias pessoas são involuntariamente obrigadas a ficarem em suas residências.

Crise gerada pela pandemia impulsiona o empreendedorismo 

Pandemia gera recorde de novos empreendedores

A pandemia do coronavírus tirou quase 10 milhões de brasileiros do empreendedorismo, sendo que as mulheres foram as que mais se viram obrigadas a fechar suas empresas. É o que revela o relatório da Global Entrepreneurship Monitor 2020 – pesquisa realizada no país pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).

De acordo com o Sebrae, o número de brasileiros com um negócio estabelecido há pelo menos 3,5 anos desabou de 22,3 milhões em 2019 para 12 milhões em 2020. O encolhimento do empreendedorismo no país só não foi ainda maior porque continuou a crescer no ano passado o número de novatos.

O levantamento mostra que a taxa de empreendedorismo no total da população adulta no país caiu para 31,6%, contra 38,7% em 2019, atingindo o menor patamar dos últimos 8 anos.

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