O Piauí é o estado do país onde, proporcionalmente, mais moradores viajam. É o que mostra o módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Desde que o levantamento passou a investigar o tema, em 2019, o Piauí mantém a liderança da proporção de domicílios cujos residentes viajaram. A pesquisa é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2021, moradores de 18,5% dos lares piauienses tiveram ocorrência de viagem. No país, a proporção foi de 12,7%. O estado com menor índice de habitantes que viajaram foi o Amapá (3,7%).
Apesar de se manter na liderança da proporção de ocorrência de viagens nos domicílios, a pesquisa mostra que houve queda de deslocamentos durante a pandemia de Covid-19. O índice do Piauí, que foi de 18,5% em 2021, era de 34,4% em 2019.
A redução começou ainda no primeiro ano de pandemia: em 2020, houve viagens em 21,1% dos domicílios piauienses. Ou seja, queda de 38,6% em relação a 2019. Com a taxa de 18,5% registrada em 2021, a diminuição chegou a 46,2% quando comparado ao ano de 2019.
Em 2021, no Piauí, o principal motivo apontado para que nenhum morador do domicílio tenha viajado foi não haver necessidade (36,7%). Em seguida, não ter dinheiro (24,6%); outros motivos (20,2%); não ter interesse (9,8%); não ter tempo (4%); não ser prioridade (2,7%); e problemas de saúde (2,1%).
Cenário diferente do registrado em 2019, quando o motivo mais referido no Piauí foi não ter dinheiro (47,1%). Não ter necessidade (25,5%) foi a segunda razão mais citada, seguida de não ter tempo (10,2%); não ter interesse (9%); outros motivos (3,5%); problemas de saúde (2,8%); e não ser prioridade (1,8%).
A queda na proporção de viagens foi registrada em todo o Brasil. O índice do país era de ocorrência de viagens em 21,8% dos domicílios em 2019, tendo caído para 13,9% em 2020 e 12,7% em 2021.
Em termos quantitativos, em 2019 houveram cerca de 556 mil viagens realizadas pelos habitantes do Piauí, tendo reduzido para 346 mil, em 2020, e para 293 mil, em 2021. No Brasil houveram cerca de 20,9 milhões de viagens em 2019, reduzindo para 13,5 milhões, em 2020, e 12,3 milhões, em 2021.
No tocante à finalidade das viagens, antes da pandemia, em 2019, no Piauí cerca de 491 mil viagens (88,2%) foram reportadas como sendo de cunho pessoal, enquanto cerca de 66 mil (11,8%) foram de cunho profissional. Por sua vez, em 2021, as viagens pessoais caíram para cerca de 243 mil, com queda na participação total atingindo 83%, enquanto as viagens profissionais caíram para cerca de 50 mil, o que representou um aumento na participação total das viagens alcançando 17% do total.
Uma em cada quatro viagens no Piauí era para tratamento de saúde
No período pré-pandemia, em 2019, cerca de 26,8% das viagens realizadas no Piauí tinham por finalidade o tratamento de saúde e bem-estar, o quinto maior indicador do país, só ficando atrás dos estados de Sergipe (36,2%), Maranhão (32,2%), Bahia (28,2%) e Acre (28,1%). É o que aponta o módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE.
Contudo, o maior motivo de viagens no Piauí era a visita a parentes e amigos, com 28% do total de viagens, seguido de tratamento de saúde e bem-estar (26,8%), lazer (15,2%), outros motivos (13,9%), compras pessoais (12,1%), religião ou peregrinação (2,5%), e evento familiar ou de amigos (1,5%).
No Piauí o principal destino de viagens de lazer é a praia
No período pré-pandemia, em 2019, o principal destino de viagens de lazer para os piauienses era a praia, com 58,1%. Na sequência vinham as viagens com interesse cultural (18,6%); natureza, ecoturismo ou aventura (16,1%) e outros motivos (7,2%). No Brasil o destino de praia também era o maior interesse das pessoas, com 34,5% das viagens, bem abaixo do interesse dos piauienses. Na sequência, o interesse dos brasileiros era por viagens culturais (26,9%); natureza, ecoturismo ou aventura (25,6%) e outros motivos (13%).
Em termos de principal local de hospedagem nas viagens, em 2019, também no período pré-pandemia, cerca de 40,4% dos piauienses se hospedava na casa de amigos ou parentes; pousada (5,3%); hotel / flat (4,8%); imóvel próprio (1,2%) e outros locais(48,3%). No Brasil a hospedagem em casa de parentes ou amigos atingia proporção bem maior, cerca de 47,2%; hotel / flat (17,4%); pousada (4,9%); imóvel próprio (2,6%) e outros locais (27,9%).