Entre os estados brasileiros com notificações de casos suspeitos de microcefalia relacionados a processo infeccioso, o Piauí é o que apresenta maior evolução dos casos investigados, segundo o Ministério da Saúde.
O ranking avalia os números de notificação, investigação e conclusão dos casos divulgados nos boletins epidemiológicos divulgados pelo Ministério a cada semana. Enquanto o Piauí esclareceu quase 90% dos casos, Pernambuco chegou a índice inferior a 60%, ficando em segundo lugar. A Paraíba alcançou o terceiro lugar com pouco mais de 50% dos casos concluídos.
À medida que os boletins são lançados, o Ministério procede com a análise da evolução das investigações em cada unidade da federação. Segundo dados analisados, o Piauí está conseguindo atender de forma apropriada e rápida crianças e gestantes, atingindo o fechamento dos casos e partindo para o tratamento de estimulação precoce.
O secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa, conta que a preocupação do Estado foi preparar toda a rede de saúde para levantamento, diagnóstico e tratamento desses casos de microcefalia.
“Fizemos isso através de ações como a instituição do comitê para definir fluxos e protocolos, a criação do Centro de Referência em Microcefalia para prosseguir com avaliação laboratorial e por exames de imagens, busca ativa dos casos em parceria com os municípios, implantação da estimulação precoce no CEIR e nos NASFs. E assim, chegamos a esse patamar de praticamente 90% dos casos já esclarecidos aqui no estado do Piauí”, afirmou Francisco Costa.
De acordo com Bárbara Elisa Zwetsch, da Estratégia de Apoio e Política Nacional de Humanização (CGPNH) do Ministério da Saúde, os gráficos analisados identificaram que os estados do PI, PE e PB conseguiram um avanço considerável nas investigações e fechamentos de casos. “Em especial o Piauí conseguiu nitidamente esse avanço”.
E pelo desempenho, o Ministério encaminhou questionamento acerca dos trabalhos desenvolvidos pelo Comitê Estadual da Microcefalia que servirá “como experiência exitosa para os demais estados”, diz o documento de solicitação.
O Estado está conseguindo esses dados elevados por conta do empenho da Secretaria de Estado da Saúde, afirma Miriane Araújo, gerente de Vigilância em Saúde e membro do Comitê. “As ações articuladas pela Secretaria seguiram, desde o primeiro momento, uma lógica acertada de investigação e tratamento, paralelas ao combate do vetor”, disse.