Piauí: Recorde com 4 milhões de toneladas de grãos colhidos

A soja é responsável por mais da metade dessa produção.

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A tecnologia aliada a regularidade de chuvas no cerrado piauiense contribuiu para que o Piauí alcançasse em 2017 a marca recorde de mais de quatro milhões de toneladas de grãos colhidos. O desenvolvimento da cultura da soja é responsável por mais da metade dessa produção, estima-se que este ano estão sendo colhidos mais dois milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 226%. Essa excelente produção tem sido uma impulsionadora da economia do Estado, aumentando o Produto Interno Bruto (PIB) e gerando emprego e renda, principalmente na região sul.

A área cultivada com soja no Piauí passou de 565 mil hectares, em 2015/2016, para mais de 680 mil hectares, neste ano, alta de 21%. Já a produtividade, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), teve um incremento de um ano para o outro impressionante.

A Fazenda Progresso localizada na PI-247, no município de Sebastião Leal é um dos empreendimentos que comemoram a boa safra, o grupo que está há 15 anos na região plantou 42 mil hectares de grãos, sendo 37 mil de soja e 5 mil de milho, conseguindo uma colheita equivalente a 400mil sacas. De acordo com o agrônomo responsável, Rogério Rodrigues, a colheita deste ano superou as expectativas.

“Tivemos dois anos muito ruins, podemos dizer que 2015 foi ruim e que 2016 foi péssimo. No entanto, 2017 atendeu as expectativas, reascendeu a esperanças e principalmente a certeza de que conseguiremos seguir investindo em tecnologia, pois em anos em que a rentabilidade é pouca, os recursos ficam mais escassos para o setor tecnológico”, explica.

A Fazenda Progresso tem investido bastante em tecnologia principalmente em relação ao beneficiamento das sementes, sendo respeitada nacionalmente. A colheita acontece dia e noite, toda a equipe recebe treinamento específico deste a plantação que conta com apoio de pequenos aviões que ajudam no controle de pragas a máquinas que fazem o trabalho de dezenas de homens em alguns minutos. As colheitadeiras passam retirando a soja do campo e separando a chamada palhada da soja. A saca de soja tem sido vendida atualmente por, em média, R$62,00. Boa parte dessa produção, vai para o mercado asiático e também para o mercado interno.

O Grupo Progresso é responsável por 288 empregos diretos. São pessoas como o jovem Ricardo Silva, morador do município de Sebastião Leal, formado em Segurança do Trabalho pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI) que há 8 meses exerce a função na Fazenda. “Não precisei buscar outras regiões para encontrar um emprego. Estou tendo a oportunidade de ficar próximo aos meus pais e vejo na rotina da empresa grandes possibilidades de crescimento. Temos muitos exemplos de pessoas que iniciaram na empresa exercendo uma função, mas se qualificaram e hoje estão em cargos bem melhores e com uma maior renda. Minha expectativa é de também poder crescer aqui mesmo dentro da empresa e também ter a experiência necessária para alcançar novas oportunidades”, disse o jovem.

O técnico em Segurança do Trabalho ressaltou que sempre que tem oportunidade conversa com os outros empregados e é notório a satisfação quanto a colheita deste ano. “Com a boa safra as pessoas ficam menos tensas, por que de certa forma elas sabem que os seus empregos não estão em perigo. Tem muita gente aqui que já trabalhou em outros campos do país por falta de oportunidade na região. Isso agora está mudando, muitos voltaram e querem aqui permanecer”, revela Ricardo.

De acordo com o presidente da Associação de Produtores Rurais da Serra Branca, Enéas Bovino, a regularidade das chuvas também ajudou os pequenos produtores que não contam com tanta tecnologia no manejo do solo.

“Esse ano acredito que todos têm que comemorar. Passamos por períodos difíceis no qual a safra chegou a ser entre oito e dez sacas por hectare. E esse ano, conseguimos dar a volta por cima e já se fala em 50 sacas por hectare. Precisamos lembrar da persistência e da garra desses homens e mulheres que não se deixaram abater e que segue com essa força que tem o sangue do agricultor”, disse.

O superintendente de Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Filemon Paranaguá ressaltou a política do Estado de apoio também aos médios e pequenos produtores.

“O governo tem feito ações importantes no sentido proporcionar aos agricultores o acesso ao crédito, por meio da regularização fundiária e também da renegociação de dívidas. Com o acesso ao crédito esses agricultores podem investir no melhoramento do solo e também na compra de maquinários. O Governo também está trabalhando para em parceria recuperar as estradas, o que vai facilitar o escoamento da produção e também baratear a aquisição de insumos” disse.

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