Um levantamento divulgado recentemente pela Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade - sobre acidentes e mortes causadas por choques elétricos, revela que houve um aumento de 18% no número de acidentes no último ano. Já o aumento de mortes foi de 6%. O Nordeste é a região que tem mais casos de mortes. São 42% contra 20% no Sudeste, 19% no Sul, 10% no Centro-Oeste e 9% no Norte. O choque elétrico é a passagem de uma corrente pelo corpo que acaba por se tornar um condutor de eletricidade.
Foram 627 mortes em 2014 no Brasil e 266 em todo o Nordeste, sendo que no Piauí o número de mortes foi 26, o 5º da região. Se relacionarmos os acidentes do Estado com a população, o Piauí tem 8,14 acidentes fatais por milhão de habitantes, tornando-se o segundo Estado do país em acidentes, perdendo somente para Alagoas (8,43).
Edson Martinho, diretor executivo da associação, esclarece que a maioria dos acidentes acontece por descaso ou desconhecimento dos riscos que a eletricidade pode causar. De acordo com o diretor, o aumento dos acidentes é, provavelmente, pelo aumento das atividades, sobretudo de construção civil e uso de eletrodomésticos, sem critérios de segurança.
Martinho revelou ainda que do total de mortes, 214 acidentes foram em ambientes residenciais, ou seja, em casa, apartamento, sítios, muitos deles com fios partidos ou desencapados, representando um número de acidentes maior do que em ambientes externos.
“Não saberia explicar o motivo desse percentual ser tão alto, mas certamente há uma necessidade muito grande de conscientização. É importante ter em mente duas coisas. A primeira é que, assim como um carro, a instalação elétrica tem vida útil e, portanto, deve ser revisada de tempos em tempos. Recomenda-se uma verificação da instalação elétrica a cada 5 anos, pelo menos. A segunda é que, qualquer intervenção nas instalações elétricas deve ser realizada por profissionais qualificados”, declarou.
Ele defende que o trabalho na rede elétrica deve ser feito por um especialista que tenha conhecimento das normas e principalmente da segurança para que possa realizar uma ação de manutenção, instalação, verificação ou projeto de forma adequada. O projeto é uma premissa e deve ser sempre exigida em qualquer instalação ou reforma, pois garante a segurança, eficiência e qualidade.
“Nesse sentido, a Abracopel realiza várias ações para promover segurança na eletricidade, como Concurso de Redação e Desenho, Prêmio de Jornalismo, Seminários de atualização profissional e para Docentes, além de outras atividades de conscientização. O Programa Casa Segura é um projeto que visa fornecer informações sobre segurança com eletricidade em ambientes residenciais. Uma instalação elétrica adequada de acordo com normas propicia todos os dispositivos de proteção necessários para garantir a vida e o patrimônio”, completou.
Cobre é alternativa para reduzir curto-circuitos
A instalação de cobre na rede elétrica é uma excelente alternativa para reduzir os curto-circuitos. Milena Guirao Prado, gerente de Comunicação do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), instituição sem fins lucrativos que incentiva o uso desse metal, afirma que o seu uso é essencial nas instalações elétricas, pois os fios e cabos que contêm cobre garantem em 99,99% a condutividade elétrica, ou seja, é garantia de segurança.
“Com exceção dos metais preciosos, ele é o melhor condutor de eletricidade e calor. 60% do consumo total de cobre é para essas aplicações. Ele é utilizado em redes de alta, média e baixa tensão de energia, além disso, é considerado o padrão pelos quais outros condutores são medidos. Tem qualidade e é resistente à deformação e corrosão, o que estabelece que este metal não-ferroso é o condutor preferido e mais seguro para a fiação em edifícios”, destacou.
Segundo ela, o fio de cobre tem sido o material condutor preferido na maioria dos cabos utilizados para alimentação e telecomunicações, tem alta condutividade, combinada com extrema qualidade, pode ser facilmente soldado em conexões econômicas e duráveis. Ele ainda é compatível com todos os materiais de isolamento modernos e graças a sua boa resistência à oxidação também pode ser utilizado sem qualquer proteção da superfície.