A incidência alarmante sobre o número de suicídios no Piauí e em Teresina provocou a discussão ocorrida no I Simpósio Interinstitucional Suicídio, que encerrou programação na última sexta-feira (31), organizado pela Secretaria Estadual da Saúde ? Sesapi, no auditório do Hospital da Polícia Militar em Teresina.
Pesquisa realizada em 2007 aponta que o Piauí é o terceiro estado nordestino com maior taxa de suicídios,com 4,9 mortes para 100 mil habitantes. Teresina preocupa ainda mais, como a segunda capital do país com a maior taxa de suicídios juvenis, acometendo pessoas de 15 a 24 anos.
Ao todo são 14,4 suicídios por 100 mil habitantes. Entre 2000 e 2010 houve um aumento de 200% no índice de suicídio entre jovens de Teresina.
Ainda de acordo com a pesquisa, Teresina perde apenas para Boa Vista, capital de Roraima, com registros 15,7 suicídios para cada 100 mil habitantes entre a população jovem.
O coordenador da IV Regional de Saúde do Piauí e mestre em Políticas Públicas, Vinicius Oliveira, ressalta que para enfrentar os altos números são necessárias políticas que promovam um melhor diálogo entre os serviços de saúde.
?É comprovado que a maioria dos suicidas demonstra algum comprometimento psicossocial ou mental. Para tanto nós temos a Rede de Atenção Psicossocial, especializada para atender essas pessoas, mas é necessário proporcionar um diálogo maior entre a Rede e os serviços de saúde da Atenção Básica?, disse Vinicius Oliveira.
Vinicius de Oliveira, que foi um dos palestrantes do I Simpósio, reforça a necessidade de uma capacitação voltada para a saúde mental mais adequada aos profissionais da Atenção Básica, de forma a torná-los participantes na prevenção do suicídio.
?Muitos dos problemas que levam ao suicídio ainda estão em fase inicial e podem ser a superados com um diagnóstico rápido e ajuda correta. É preciso além de uma capacitação maior dos trabalhadores da saúde, uma sensibilidade para identificar os pequenos sinais que as pessoas com intenções suicidas podem oferecer?.
No panorama dos suicídios juvenis é importante destacar os problemas que envolvem os ajustes da personalidade com fatores que podem facilitar um quadro depressivo. ?Se trata de uma fase natural de mudanças, mas muitos jovens acreditam que aqueles problemas enfrentados não têm solução, quando têm.
No caso específico de Teresina, acredito que as dificuldades em encontrar boas oportunidades na juventude também podem ser agravantes. É uma questão complexa que precisa ser prevenida com muita informação e diálogo também?, disse o coordenador da IV Regional de Saúde.