O acesso à internet no interior do Piauí é um problema histórico. Imagine que até pouco tempo Bom Jesus, um grande centro do Sul do Estado, não tinha cabeamento de fibra óptica, o que tornava inviável o acesso à internet de banda larga naquela região. Mas depois do Piauí Conectado, não só Bom Jesus como 96 municípios piauienses hoje possuem conexão gratuita à internet.
Essa marca representa a conclusão da primeira fase da Parceria Público-Privada (PPP), entregue nove meses antes do previsto, permitindo a otimização dos serviços públicos, reduzindo custos e maximizando a eficiência no atendimento. Até o momento, já foram investidos mais de R$ 80 milhões.
A internet é reconhecida como um bem essencial global. “Tanto como é essencial a energia elétrica. Quando falamos em uma rede de fibra ótica chegando em 96 municípios do Estado, podendo chegar em 224, estamos falando de uma estrada que leva a internet. Imagine quem mora em uma cidade sem estrada. Estradas conectam pessoas. E a internet também”, analisa Viviane Moura, superintendente da Superintendência de Parcerias e Concessões do Piauí (Suparc).
A maioria das cidades não tinham cobertura de grandes operadoras porque não haveria retorno financeiro para essas empresas. “Esses municípios, antes da PPP, ficaram reféns e limitados a pequenos provedores de rádio e satélite, com qualidade ruim. O Estado não chegava a esses municípios como serviços de educação, segurança e saúde porque não tinha internet. Com relação ao Covid, muitos exames e os laudos demorariam porque teria que mandar via fax”, compara Viviane Moura.
A rede de fibra subsidiada pelo Governo Estadual dá a liberdade para que os provedores cheguem a essas cidades de uma maneira mais barata. “O Estado, grande executor, chega ao município sem que as pessoas se desloquem à capital para ter aulas de ensino a distância. Um caso emblemático foi Bom Jesus que não tinha internet de jeito nenhum. Mas o Piauí Conectado vai fazer que os provedores cheguem. Então começa a oferecer o produto para o mercado local que poderá atender Câmara de Vereadores, Prefeitura, comerciantes. Hoje nós funcionamos conectados ao mundo”, finaliza.
Parcerias que deram certo
O Piauí tem dois excelentes exemplos de como a PPPs são a solução para problemas crônicos. Quem não lembra como era o antigo Ceasa, onde o resto de comida era alimento dos urubus? Ou do abastecimento d’água deficitário em períodos mais quentes. Ou ainda o Terminal Rodoviário, com banheiros sujos e estrutura decadente. Agora tudo mudou para melhor.
No caso da Água, a Águas de Teresina assumiu o compromisso de universalizar o abastecimento na capital. “Olhando para o passado, quando recebemos a concessão em 201, vários pontos tinham problemas de abastecimento. Agora conseguimos universalizar. Era o que queríamos: água para todas as pessoas. Foi um grande investimento e queremos transformar Teresina em exemplo em saneamento”, considera Cleyson Jacomini, diretor presidente da empresa.
Jacomini lembra que o esgoto também está no pacote. “Ao assumirmos a concessão tínhamos 19% de cobertura e hoje estamos com 35%. Ainda é baixo em relação a capitais do Sul e Sudeste, mas há uma diferenciação já com Norte e Nordeste. Priorizamos levar água para todo mundo sem descuidar do esgoto”, avalia.
Viviane Moura, superintendente da Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc) aponta a importância da água neste período de pandemia. “A água é um bem essencial para a vida. Você pode passar um dia sem energia, mas um dia sem água é complicado. O corpo pede. É um recurso essencial para a vida humana. O fato deles chegarem a lugares onde não havia fornecimento regular, as pessoas não tinham acesso à água. Eram gambiarras. Imagina uma cidade quente como Teresina e você não pode tomar um banho? Agora as pessoas podem. O maior ganho, para mim, foi chegar à universalização da entrega da água. Poder contar com a água em suas casas sem intercorrências. Com o esgoto, que virá nos próximos anos, vamos reposicionar Teresina no cenário nacional até mesmo no Turismo”, considera.
Ceasa internacional
No Piauí, a Ceasa é um verdadeiro troféu internacional. Isso porque o projeto da PPP é referenciado pela ONU. “A Ceasa é um exemplo para o Brasil. É uma referência. Só temos a Ceasa do Piauí concessionada. E a concessionária vem fazendo um trabalho formidável em reposicionamento e a forma como a Ceasa pode ser experimentada e sentida pela população. Estamos com a promessa de novos investimentos, com uma unidade do posto de bombeiros, um eco-posto, que é uma central de compostagem de matéria orgânica, e o Garden Center que vai fazer a comercialização de flores e plantas. Esses três novos empreendimentos vão tornar a Ceasa uma referência ainda melhor. Será um local de compras e lazer. E sobretudo, que trabalha inclusão social e sustentabilidade”, analisa Viviane Moura.
A Ceasa também tem um grande equipamento anexo: o banco de alimentos. “Ele é muito importante. Estamos falando de um projeto que beneficia seis mil pessoas todos os meses. São pessoas que precisam das entidades para se alimentar. Os alimentos doados iam para o lixo, mesmo com valor nutricional. Alimento e água são básicos”, considera.
João Marcos, diretor da Ceasa, ressalta o poder da empresa privada em operar com mais agilidade. “Quando era pública, quando quebrava uma bomba aqui, tinha que esperar uma licitação. Ficamos engessados nesse sentido. Desde 2017 para cá os investimentos foram feitos com novos galpões, novas instalações. A modernização da Ceasa em relação a obras e instalações é mais ágil e eficiente com a iniciativa privada”, finaliza.