A Polícia Federal cumpriu ordem de prisão, em Brasília, contra o procurador da República Ângelo Goulart Villela. Nesses três anos de Lava-Jato, os procuradores já foram acusados de muita coisa por seus adversários— mas jamais alguém havia botado em dúvida a honestidade de um deles. Com a delação da JBS, isso ficou para trás. Ângelo Goulart Villela foi acusado pelos delatores de ter recebido para repassar informações. Villela, integrante da força-tarefa da Operação Greenfield, está lotado na PGR, o que tornava mais caro seu passe para a organização criminosa.
Os delatores mostraram à PGR, por exemplo, documentos sigilosos repassados por Villela. Em conversas com Joesley, Villela que gabava-se de ter pleno acesso às informações da Greenfield e da Lava-Jato, conforme consta dos depoimentos.
As investigações mostraram que o procurador foi cooptado por uma figura que transita com desenvoltura entre magistrados da Capital Federal. Trata-se do advogado brasiliense Willer Tomaz. Nesta parte foi o diretor jurídico (e delator) da empresa, Francisco Assis e Silva, quem conduziu as tratativas.
Delator de mil e uma habilidades, Joesley não apenas gravou, mas neste caso também exibiu seus dotes como fotógrafo. Foi o que fez com Villela. O dono da JBS o clicou num jantar na casa de Willer, no dia 3 de maio. Neste encontro, segundo Joesley, Villela repassou informações para ele.