Um levantamento encomendado por entidades como Todos Pela Educação, Itaú Social, Instituto Península e Profissão Docente, e realizado pelo Ipec, revelou que pelo menos 71% dos professores brasileiros estão sofrendo com estresse devido à sobrecarga de trabalho. O estudo contou com a participação de 6.775 professores de escolas públicas municipais e estaduais de todo o país, e foi realizado entre os meses de julho e dezembro de 2022.
“Outro aspecto que nos chamou atenção é uma opinião [dos professores] de que a gestão educacional deveria priorizar, nos próximos dois anos, o apoio psicológico a estudantes e docentes”, afirma a pesquisadora Esmeralda Macana, especialista em desenvolvimento e soluções do Itaú Social.
O apoio psicológico está no topo das preocupações dos professores, entre dez medidas relacionadas pela pesquisa. Essa necessidade é lembrada por 18% dos pesquisados e fica à frente de aumento no salário dos profissionais (17%).
De acordo com a pesquisadora em desenvolvimento humano, Esmeralda Macana, os resultados do levantamento mostram que os professores estão enfrentando problemas relacionados ao desinteresse dos estudantes pela escola, o que foi indicado por 31% dos docentes entrevistados. Além disso, 28% dos professores apontaram que a defasagem na aprendizagem dos alunos também é um grande desafio.
Segundo a pesquisadora, esse cenário deve permanecer por um tempo em função do impacto das crises sanitária e social. “Isso gera necessidade de inovar as estratégias pedagógicas para acelerar o processo de aprendizagem”.
Uma questão é que estudantes voltaram para o ensino presencial com dificuldades de alfabetização, e também em temas da língua portuguesa e matemática.
Risco de desânimo
Nesse contexto, as dificuldades com os conteúdos acabam desanimando os estudantes ao não conseguir acompanhar as aulas. “Eles [os alunos] também se sentem sobrecarregados e estressados, assim como os professores, tentando inovar, priorizar o currículo e buscar outras formas de motivação e de engajamento”, diz Esmeralda Macana.
Segundo o levantamento, 84% dos professores concordam que cursos presenciais formam profissionais mais bem preparados para o início da profissão.
(Com informações da Agência Brasil)