Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Piauí (UFPI) busca produzir uma bebida sabor café a partir da amêndoa da carnaúba, palmeira símbolo do estado do Piauí.
A ideia foi apresentada por um egresso do curso de Nutrição, que, a partir de um hábito familiar levou a proposta para o grupo de Pesquisa Bioprospecção, Biotecnologia e Inovação de Produtos Naturais.
O projeto “Bebida sabor café obtida da amêndoa da carnaúba (Copernicia prunifera): características físico-químicas, tecnológicas e nutricionais” busca contribuir para o avanço da pesquisa e desenvolvimento dos produtos obtidos por essas matérias-primas de grande potencial econômico, como é o caso da Carnaúba.
Máximo aproveitamento
Os estudos se propõem a aproveitar não somente o valor econômico da carnaúba, mas associar essa questão à geração de saúde e qualidade de vida.
De acordo com a professora orientadora do projeto, Stella Arcanjo, apesar de muito explorada, o uso da carnaúba ainda é muito limitado. Atualmente, a utilização consiste na produção da cera e na alimentação animal. Entretanto, os frutos podem ser estimulados para o consumo humano, sobretudo pelos indicativos de alguns estudos que mostram que eles são ricos em minerais e substâncias bioativas. Contudo, o consumo ainda se limita à extração do óleo e a torrefação da amêndoa para extrair o pó, desenvolver mingaus, ou até mesmo substituir o café. Dessa forma, a proposta deve evitar o desperdício e será capaz de gerar novos postos de trabalho.
“O debate acerca das importância e da origem das Plantas Alimentícias Não convencionais (PANCs) vem mostrando sua importância e suas vantagens dentro da alimentação ou na elaboração de um subproduto", afirma a orientadora.
Primeiros resultados
Até o momento, o pó da amêndoa da carnaúba mostrou-se rico em minerais, com valores até maiores que a ingestão diária recomendada. Além disso, possui um elevado teor de acidez e é pouco perecível. Com o desenvolvimento da pesquisa, será identificada a viabilidade do consumo humano deste pó, a partir de análises toxicológicas. Pretende-se ainda desenvolver um sorvete a partir deste pó da carnaúba.
Pesquisadores
O projeto conta com a participação das alunas de Nutrição Ruthe Brito (Picos), Shelda Neres (Teresina) e do mestrando Fhanuel Andrade, sob a orientação da professora Stella Arcanjo.
Com o apoio de um edital do Programa de Bolsas de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), puderam ser desenvolvidas as atividades, que têm previsão de término em junho de 2023.